A "nota positiva" da estreia "ingrata" de Neemias: "Joe Mazzulla não se esqueceu dele no fundo do banco"

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Neste episódio do Bola ao Ar, podcast sobre NBA, João Dinis e Ricardo Brito Reis falam sobre a estreia de Neemias Queta pelos Boston Celtics e do bom arranque dos Oklahoma City Thunder (com destaque para as exibições de Shai Gilgeous-Alexander e Chet Holmgren).
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Uma lesão atrasou a debuta do português pela equipa de Boston (e houveram muitos jogos em que a vantagem era larga o suficiente para já ter tido uns minutos), mas na madrugada de segunda-feira, dia 20, Neemias Queta estreou-se oficialmente pelos Celtics na vitória diante dos Memphis Grizzlies (102-100).

No entanto, a estreia foi agridoce: esteve em campo durante cinco minutos e fez apenas dois ressaltos. João Dinis acha que a estreia foi "ingrata", opinião partilhada por Ricardo Brito Reis, que detalhou os motivos para considerar que "ingrato" é a palavra "perfeita" para adjetivar os primeiros minutos da temporada de Neemias na liga.

"Ele é chamado para entrar numa altura em que os Memphis Grizzlies estavam a jogar numa versão small ball. Não tinham um poste, um jogador pesado", começa por explicar a voz do Bola do Ar e comentador da SportTv. "Foi ingrato para o Neemias entrar em campo nessa altura porque nas primeiras posses de bola tenta encaixar no Santi Aldama [extremo espanhol dos Grizzlies], que estava pura e simplesmente como atirador. Paradinho no canto, a receber e a atirar. O Neemias quando está a defender um jogador grande vai ao perímetro para dar um bloqueio, acompanha e depois defende em drop com algumas distâncias. E ter que defender permanentemente um jogador que está constantemente no perímetro foge completamente àquilo que são as rotinas do Neemias. E acho ingrato que tenha entrado precisamente na altura em que os Grizzlies não tinham um jogador interior, uma referência interior. Por isso, quando entrou esteve um bocadinho aos papéis", conclui Ricardo Brito Reis.

Ainda assim, o anfitrião do Bola ao Ar considera que há uma nota positiva a retirar da estreia. Nomeadamente, que o técnico dos Celtics, Joe Mazzulla, "não se esqueceu do Neemias no fundo do banco". E acrescenta: "A ideia que transparece, a ideia com que eu fico, é que os Celtics olham para o Neemias como um elemento exclusivamente da equipa principal". Se ia jogar mais na G-League, a liga secundária? Sim, ia. Mas para Ricardo Brito Reis, se o jogar menos de Neemias no final da época resultar num contrato standard, "tudo bem".

Oklahoma City Thunder: a cumprir as expectativas 

Na segunda parte do episódio, o destaque foi para o arranque dos Oklahoma City Thunder, que vivem um bom momento (cinco vitórias seguidas) e contam com um registo (10 vitórias, quatro derrotas — à hora de gravação deste episódio do podcast) dentro das expectativas dos analistas. A figura de proa deste sucesso é o base Shai Gilgeous-Alexander (na foto de ilustração do artigo), que ostenta médias de 30 pontos, 6 ressaltos, 6 assistências e lidera a NBA em roubos de bola. Ou seja, está a jogar um nível que o coloca no lote de candidatos a MVP.

"Está a ser um dos cinco melhores jogadores deste arranque de temporada", diz Ricardo Brito Reis, acrescentando que tem visto "um Shai que mantém a confiança do ano passado, que continua à procura das áreas em que é mais forte, como a penetração e o lançamento de meia distância ali perto do cesto". No entanto, com uma diferença relativamente à época transata: tem envolvido mais os colegas no caudal ofensivo da equipa. A consequência desta mudança? Nota-se que "está a ganhar confiança nas decisões dos outros", o que favorece o estilo de jogo pouco comum dos Oklahoma City Thunder, que "basicamente jogam com cinco bases" — resultando num "caos" em campo que se está revelar francamente positivo porque a ameaça surge de qualquer lado. Para Ricardo Brito Reis, há muito elogio a dar ao trabalho implementado pelo treinador Mark Daigneault.

Não obstante, qualquer conversa sobre os Thunder tem de passar por Chet Holmgren — um gigante fininho de 2,16 metros de altura que está a confirmar todas as credenciais que lhe eram imputadas antes de se estrear na NBA. Se já chega para ser considerado o segundo melhor jogador da equipa? O painel do Bola ao Ar acha que ainda não, mas também considera que é inegável afirmar que o futuro deste jovem de 22 anos é deveras auspicioso.

"Ao contrário do Victor Wembanyama, que joga a 4, o Chet está a jogar a tempo inteiro a 5. E está a jogar a tempo inteiro a 5, com sucesso, nos dois lados do campo. E isso é o que impressiona no Chet. Neste primeiro mês de temporada, não há dúvida nenhuma que o melhor rookie é o Chet Holmgren. Não há dúvida nenhuma. O Chet está a ter impacto em termos defensivos acima do esperado. Acho que, se calhar, ninguém esperava que ele pudesse ser tão bom ofensivamente. Pelo menos não já, como está a ser neste seu início de carreira profissional, só mais tarde. Agora, é também alguém que ainda está a perceber as coisas. Às vezes demora algum tempo a engrenar e às vezes é retirado do campo porque é um bocadinho temperamental", destaca Ricardo Brito Reis.

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