Chegar a Óbidos é, para mim, uma alegria antiga que renovo ao passar a muralha. Gosto de passear pelas ruazinhas, gosto do comercial local, da ginginha em copos de chocolate. Mas o que gosto mesmo de ver são os espaços cheios de livros: romances, poesia, não ficção, biografias. Há espaço para tudo.
Vivemos dias de profunda ilusão. Só se ouve falar de bazucas e recuperações, de dinheiro que chegará e de um Orçamento do Estado cujo impacto real na vida dos portugueses, bem vistas as coisas, poucos conseguem entender.
A maioria das mortes deriva directamente de casos de violência doméstica. As relações de intimidade são hostis, à porta fechada. Alimentam-se de medo e de vergonha e, mesmo quando existem pedidos de auxílio, a resposta aos mesmos parece não ser eficaz. Todas as histórias são únicas, não se repetem.
A maioria dos jovens com quem converso não tem qualquer vontade seja do que for. É triste. Não sabem o que devem fazer, não acreditam que tenham hipóteses, consideram o sistema de ensino falhado, o político, então, nem vale a pena reproduzir o que já ouvi.
Todas as mulheres que frequentarem a universidade, assim fazendo valer, na opinião dos taliban, os costumes e tradições afegãos, terão de usar véu islâmico. Mas o que aprenderão?
Este é um país de especialistas, mas, no que toca à comunicação política, continua tudo a ser feito no formato cabidela: o sangue e as ideias de quem vai dar a cara e não entende que certas coisas não funcionam.
Há anos que digo, tenho muita sorte, não nasci no Afeganistão. As conquistas das mulheres no mundo não são compráveis. Existem muitos países nos quais as mulheres são tratadas como seres de segunda.
Para mim, o problema é o mesmo há anos e, pelos vistos, continua: a TAP não sabe comunicar. Não sabe, não quer saber e, sinceramente, é muito pouco inteligente, porque o mal que faz à imagem da empresa não é insignificante, é tremendo.
São chatas e devem remeter-se ao seu lugar. Não precisa de ser a casa, afinal, dá jeito o rendimento extra, mas por favor, não nos tirem a nossa prevalência, o domínio da cultura masculina. Não se trata de ser contra as mulheres, nada disso, trata-se de não ter de as considerar.
A quantidade de pessoas que maldiz A e B atinge proporções bíblicas. Pessoas que levantam falsos testemunhos. Que não se dão ao trabalho de apurar factos.
Ai Wei Wei é um artista polivalente e um activista. Na Cordoaria Nacional, em Lisboa, está em exibição um conjunto alargado das suas peças – mais de 80.
O que mais choca é saber que os diversos governos, direita e esquerda, visitaram, em várias ocasiões, as quintas onde estas situações se prolongam e... nada. Não aconteceu nada.