
“Há algumas horas, o Ministério da Economia e o Banco Central da República Argentina (BCRA) finalmente romperam o último elo da corrente que mantinha a nossa economia nacional estagnada há já 15 anos. A partir deste momento, removemos para sempre os controlos cambiais da economia argentina”, disse Milei logo após o anúncio do Ministro da Economia, Luis Caputo.
“Conseguimos remover o último espinho que nos causava uma dor profunda. Livrámo-nos dos controlos cambiais, que eram uma aberração que nunca deveria ter existido”, acrescentou o dirigente.
O ministro da Economia argentino anunciou a suspensão dos rigorosos controlos de capitais e divisas do país dentro de dias, uma aposta arriscada possibilitada por um novo empréstimo do Fundo Monetário Internacional.
Milei também observou que “a normalização do mercado de câmbio torna o investimento estrangeiro direto possível, já que só se investe quando se sabe que o resultado do investimento está disponível”.
Os controlos de capitais são um emaranhado de regulamentos que ajudam a estabilizar o peso a um ritmo oficial e impedem a fuga de capitais da Argentina.
Impostas pelo anterior governo de esquerda em 2019, as restrições limitam o acesso de indivíduos e empresas a dólares, desencorajando o investimento estrangeiro de que o Presidente Javier Milei necessita para atingir o objetivo de transformar a Argentina, fortemente regulamentada, numa economia livre.
Criaram também um vasto mercado negro para a moeda norte-americana.
A inflação mensal na Argentina acelerou em março para o ritmo mais rápido em sete meses, de acordo com dados da agência oficial de estatísticas do país divulgados hoje.
Os preços no consumidor subiram 3,7% em relação ao mês anterior, principalmente como resultado do aumento dos preços dos alimentos.
O aumento acentuado, face à taxa de inflação de 2,4% em fevereiro, surpreendeu os analistas financeiros e deixou os argentinos cada vez mais preocupados com a possibilidade de o progresso do Presidente Javier Milei na redução dos aumentos de preços estar estagnado.
A última vez que a inflação subiu tanto numa base mensal foi em agosto de 2024, quando os preços subiram 4,2%.
O Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciaram na sexta-feira ajuda no valor de 42 mil milhões de dólares (37 mil milhões de euros) para a Argentina.
O empréstimo do FMI deverá ascender a 20 mil milhões de dólares (17,6 mil milhões de euros). Já o BM anunciou uma ajuda de 12 mil milhões de dólares (10,6 mil milhões de euros) ao país para “apoiar as reformas que continuam a atrair o setor privado e reforçar as medidas tomadas para promover a criação de emprego”.
O BID, por sua vez, declarou que deverá conceder até 10 mil milhões de dólares (8,8 mil milhões de euros) ao longo de três anos ao Governo argentino, após aprovação do conselho de administração do banco.
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