
A administração Trump já cancelou mais de 2,6 mil milhões de dólares em bolsas federais de investigação para a instituição da Ivy League, que rejeitou as exigências do governo por alterações em várias das suas políticas.
Uma carta enviada na terça-feira pela Administração dos Serviços Gerais (General Services Administration, em inglês), que supervisiona as contratações e o setor imobiliário do governo federal, instruiu as agências a rever os contratos com a universidade e a procurar alternativas.
O jornal New York Times foi o primeiro a noticiar esta carta, noticiou a agência Associated Press (AP).
Donald Trump defendeu hoje que a Universidade de Harvard, onde os estudantes internacionais representam mais de um quarto do corpo estudantil, deve limitar esta percentagem a cerca de 15%.
“Quero garantir que os estudantes estrangeiros são pessoas que possam amar o nosso país”, apontou o republicado, em declarações aos jornalistas na Sala Oval.
Numa missiva divulgada na terça-feira, o secretário de Estado norte-americano ordenou às embaixadas dos Estados Unidos que suspendam entrevistas para emissão de vistos a estudantes estrangeiros, até expansão da “verificação de antecedentes” e análise das redes sociais dos candidatos.
Segundo o site noticioso Politico, a ordem poderá atrasar significativamente o processamento dos vistos de estudante, prejudicando muitas universidades que dependem das receitas de matrículas e propinas de estudantes estrangeiros.
Em meados de abril, e no âmbito de uma ação repressiva contra os protestos pró-palestinianos nos campus universitários norte-americanos, o The New York Times noticiou que o executivo de Donald Trump tinha ordenado aos funcionários que analisassem as contas das redes sociais de alguns requerentes de vistos.
A administração tinha anteriormente imposto alguns requisitos de rastreio das redes sociais, mas estes destinavam-se em grande parte a estudantes que regressavam ao país e que podiam ter participado em protestos contra as ações de Israel em Gaza.
Sob acusação de apoio ao movimento palestiniano Hamas, considerado terrorista por Washington, ou de antissemitismo, vários estudantes foram detidos e submetidos a processos de deportação ou impedidos de regressar ao país, depois de serem cancelados os seus vistos.
As universidades, sobretudo as de elite como Harvard, têm sido um alvo frequente do próprio Trump nalguns dos seus discursos, acusando-as de promover antissemitismo e ideologia de esquerda radical.
A Universidade de Harvard contestou judicialmente na semana passada a decisão do executivo Trump de a proibir de matricular estudantes estrangeiros, considerando-a uma vingança política.
Harvard informou que planeia apresentar uma providência cautelar para impedir o Departamento de Segurança Interna de aplicar as novas regras, que impedem a inscrição de estudantes estrangeiros naquela universidade e obriga os atuais alunos estrangeiros a pedir a transferência.
A administração republicana liderada por Trump justificou a decisão acusando Harvard de criar um ambiente inseguro no ‘campus’ ao permitir que “agitadores antiamericanos e pró-terroristas” ataquem estudantes judeus.
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