O vereador João Ferreira e o deputado comunista Bruno Dias juntaram-se hoje ao protesto que, segundo a organização, parou mais de 1.600 táxis em Lisboa, depois de o grupo parlamentar do PCP ter apresentado na Assembleia da República uma proposta para revogar a lei das plataformas eletrónicas.
Falando aos presentes na Praça dos Restauradores, na baixa da cidade, João Ferreira apontou que “a cidade, a Câmara Municipal de Lisboa e, já agora, o seu presidente, não se podem alhear da realidade”.
“E é por isso que, mais uma vez, iremos, numa próxima oportunidade, levar este assunto à reunião da Câmara Municipal de Lisboa, propondo que a Câmara tome posição sobre esta situação, que não pode ignorar”, salientou.
Aos profissionais, o eleito do PCP deixou palavras de “solidariedade, de respeito e de reconhecimento pela luta que estão a travar”.
João Ferreira saudou também “a forma” como está a decorrer o protesto, que “todo o país está a ver, unidos, uma luta abnegada, empenhada que tem do seu lado a razão”.
Na opinião do vereador comunista, há hoje “um amplo reconhecimento da injustiça que está criada com a aprovação daquela lei”, mas, ressalvou, “às vezes reconhecer uma injustiça não chega para a resolver”.
“O PCP fez o que lhe competia, transformou em proposta de lei as razões da vossa luta, a justeza da vossa luta”, salientou, apontando que essa luta é que “terá de transformar em realidade o que, neste momento, é uma proposta”.
À agência Lusa, o vereador esclareceu que os eleitos do PCP deverão levar uma moção sobre este tema à próxima reunião pública da Câmara de Lisboa, que decorre na quarta-feira.
A Federação Portuguesa do Táxi já tinha criticado o presidente da Câmara da capital por não ter tido a iniciativa de convocar os taxistas para uma reunião.
Hoje, Fernando Medina voltou a ser alvo das críticas dos profissionais deste setor.
“Infelizmente, o presidente da Câmara de Lisboa tem-nos abandonado”, apontou Florêncio Almeida, da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), acrescentando que o socialista “tem deitado ao abandono a indústria do táxi da cidade de Lisboa”.
“E nós somos parceiros económicos e sociais desta cidade, merecemos respeito desta vereação, que não a tem tido para com o setor”, sublinhou o dirigente da ANTRAL.
Tomando a palavra, o deputado Bruno Dias, também do PCP, salientou “a unidade na ação e o exemplo que está a ser dado pelo setor do táxi nesta jornada”.
Sobre a proposta do PCP para revogação da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte, o eleito considerou que é "um contributo concreto efetivo de quem se propõe fazer parte da solução".
Para o deputado, esta lei é "injusta, iníqua", classificando-a de uma "lei da selva, lei do mais forte".
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