"Creio que é altura do senhor primeiro-ministro dizer alguma coisa. Esta é uma situação muito grave do ponto de vista da segurança interna, que mina a confiança dos portugueses nas instituições do Estado e é também gravíssima do ponto de vista externo, da credibilidade externa do Governo português e de Portugal", sustentou.
À entrada para a apresentação do candidato centrista de Nelas às próximas Autárquicas, Assunção Cristas sublinhou que os portugueses estão à espera que António Costa se pronuncie sobre este assunto e que venha dizer que medidas estão a ser tomadas.
"Dizer que responsabilidades o Governo assume e que consequências é que daí retira para garantir que isto não volta a acontecer", acrescentou.
No seu entender, o primeiro-ministro coordena o Governo e tem a responsabilidade de dar tranquilidade "para dentro e para fora".
"Tem de vir falar aos portugueses e de vir falar aos nossos parceiros internacionais, que olham para Portugal e veem um país que não foi capaz de lidar com esta situação que é gravíssima. De hoje para amanhã, não sabemos onde estarão as armas, estarão em conflitos em África, estarão a ser utilizadas ou pensadas para atos de terrorismo, não sabemos", apontou.
Aos jornalistas, a líder centrista disse que ainda há poucos meses também existiu um furto de armas, numa referência ao roubo de pistolas da PSP.
"É impressionante a degradação da confiança nas instituições que tratam da nossa segurança e da nossa defesa. Isto é atacar os alicerces de um estado soberano e de direito e isso é preocupante", alegou.
Assunção Cristas disse ainda que o CDS/PP tem pedida uma audição ao ministro da Defesa, no Parlamento, que espera que tenha lugar na próxima quarta-feira.
O Exército revelou na sexta-feira que entre o material de guerra furtado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão granadas foguete anticarro, granadas de gás lacrimogéneo e explosivos.
O chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, anunciou no sábado que afastou provisoriamente os cinco comandantes de unidades do campo militar para não interferirem com os processos de averiguações sobre o caso.
Sobre estas demissões, Cristas referiu que ficou a dúvida se "afinal foi uma exoneração ou uma suspensão das chefias intermédias".
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