“A Suécia está pronta para trabalhar para criar um consenso dentro da UE para colocar [o grupo] Wagner na lista de organizações terroristas da UE assim que as condições legais forem atendidas”, disse Tobias Billström, ministro sueco dos Negócios Estrangeiros, ao jornal sueco Dagens.Nyheter.
Na terça-feira, a Assembleia Nacional francesa aprovou por unanimidade uma resolução convidando o Governo francês “a mobilizar-se diplomaticamente” para que o grupo mercenário seja registado nesta lista, a fim de sancionar mais efetivamente os membros da Wagner e seus apoiantes, em particular no plano financeiro.
“O grupo Wagner cometeu abusos atrozes, particularmente no Sudão, Mali, Síria e Ucrânia”, disse o chefe da diplomacia sueca.
“Para que o grupo esteja sujeito a sanções da UE contra organizações terroristas, uma autoridade judicial ou uma autoridade nacional competente equivalente, como um tribunal ou procurador, deve decidir abrir uma investigação contra o grupo ou acusá-lo de um crime terrorista”, esclareceu.
“Cabe ao judiciário tomar tal decisão”, disse ainda Billström.
Em março, o Parlamento lituano adotou uma resolução descrevendo o Grupo Wagner como uma “organização terrorista”, merecendo agradecimentos de Kiev.
Os ministros dos negócios estrangeiros dos 27 reúnem-se na sexta-feira em Estocolmo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 441.º dia, 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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