Com o Ocidente algo preocupado com as últimas gafes do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o porta-voz da presidência da Rússia disse hoje que a Europa pode estar em "ponto de mira" se aceitar a instalação de mísseis de longo alance deste país no seu território, referindo-se à Alemanha.
“Os Estados Unidos continuam a ganhar dinheiro. A Europa está no ponto de mira dos nossos mísseis. O nosso país está na mira dos mísseis norte-americanos na Europa. Já passámos por isto (…). Temos potencial suficiente para conter estes mísseis, mas as potenciais vítimas são as capitais desses estados”, afirmou Dimitri Peskov, segundo a estação de rádio russa RBC.
Na quarta-feira, a Casa Branca anunciou que os Estados Unidos iriam instalar novas mísseis na Alemanha, a partir de 2026, com um alcance mais longo do que os sistemas norte-americanos atualmente instalados na Europa.
Na quinta-feira, o chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu a decisão, afirmando que estava “em linha com a dissuasão” e “garante a paz”.
Em causa estão mísseis SM-6, Tomahawk e armas hipersónicas, que têm um alcance significativamente maior do que os atualmente existentes na Europa.
O Kremlin condenou, na quinta-feira, a medida como um sinal de “regresso à Guerra Fria”.
Esta troca de comentários acontece na mesma altura em que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, qualificou a gafe de Joe Biden, que o apresentou como "Presidente Putin" na quinta-feira na cimeira da NATO, como um "erro" que pode esquecer.
“É um erro. Acho que os Estados Unidos têm apoiado muito os ucranianos. Podemos esquecer alguns erros, penso que é esse o caso”, declarou o chefe de Estado ucraniano durante uma conferência de imprensa no aeroporto de Shannon, no oeste da Irlanda.
"Temos que terminar o trabalho. Prometo que estou bem", diz Biden
Entretanto, o presidente americano, chegou esta sexta-feira ao estado do Michigan determinado em prosseguir a sua campanha.
"Temos que terminar o trabalho. Prometo que estou bem", garantiu Biden a apoiantes num restaurante de Northville, no estado em que precisa vencer em novembro se quiser conquistar um novo mandato.
Neste momento está concentrado em "mostrar que é a melhor pessoa para enfrentar Donald Trump e derrotá-lo em novembro”, disse o porta-voz da campanha Michael Tyler.
Biden afirmou ontem que é "o mais qualificado" para ser presidente, durante uma conferência de imprensa que deveria ter selado o seu destino político, incerto desde o debate desastroso de 27 de junho contra Trump.
Esta é uma opinião contrária a cada vez mais colegas de partido, no entanto, o senador Bernie Sanders, figura da esquerda norte-americana, defendeu hoje a continuação de Joe Biden como candidato democrata às presidenciais, apesar da pressão para que o atual presidente se retire devido às dúvidas sobre a sua saúde.
“Basta! Biden pode não ser o candidato ideal, mas será o candidato e deve ser o candidato. E com uma campanha eficaz, que fale às famílias trabalhadoras sobre as suas necessidades, não só vencerá Trump, como o vencerá largamente”, declarou Sanders num artigo no jornal New York Times, apelando aos democratas “para parar com as querelas e críticas”.
Bernie Sanders foi adversário de Biden nas primárias democratas de 2020, mas afirmou que fará tudo o que puder para que Biden seja reeleito.
“Sim, eu sei: Biden é idoso, comete gafes, tem um andar rígido e teve um debate desastroso com Trump. Mas também sei que uma eleição presidencial não é um concurso de entretenimento. Não começa nem acaba com um debate de 90 minutos”, escreveu Sanders.
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