
A apresentação da candidatura está marcada para as 19h00, na Gare Marítima de Alcântara.
Poucas horas depois, o Conselho Nacional do PSD vai reunir-se para votar formalmente o apoio do partido à candidatura presidencial de Luís Marques Mendes, que já considerou, em entrevista à Antena 1, que a candidatura do almirante na reserva “pode ser um risco enorme” e “um perigo para a democracia”.
Gouveia e Melo confirmou que é candidato às presidenciais de janeiro de 2026, em declarações à Rádio Renascença, no passado dia 14, em plena campanha eleitoral para as legislativas antecipadas.
Segundo referiu, a sua decisão foi tomada também tendo em conta “alguma instabilidade interna que se tem prolongado” no país, devido a governos de curta duração e à falta de uma governação estável.
Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo, 64 anos, nasceu em Quelimane, Moçambique, em 21 novembro 1960, onde viveu durante a adolescência antes de a família se mudar para o Brasil após o 25 de Abril de 1974.
Ingressou na Escola Naval em 7 setembro de 1979 e com 24 anos integrou a esquadrilha de submarinos, onde viria a passar 31 dias seguidos submerso e mais tarde, já na chefia da Marinha, a integrar a primeira missão de um submarino convencional debaixo do Ártico.
Em 2020, tomou posse como adjunto para o planeamento e coordenação do Estado-Maior General das Forças Armadas, cargo que exercia quando no ano seguinte foi escolhido para coordenar a ‘task force’ para a vacinação contra a pandemia da covid-19.
Chegou a Chefe do Estado-Maior da Armada em 27 de dezembro de 2021, sendo promovido a almirante, funções que exerceu até 2024, altura em que decidiu passar à reserva.
Durante largos meses manteve o “tabu” sobre a sua candidatura a Belém, apesar de em março já ter submetido um pedido ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial para registar como marca o “Movimento Gouveia e Melo Presidente”.
Em fevereiro, num artigo publicado no semanário Expresso, intitulado “Honrar a Democracia”, Gouveia e Melo considerou que “a bem do sistema democrático”, o país deve ter um Presidente da República “isento e independente de lealdades partidárias”, rejeitando que o chefe de Estado seja um “apêndice de interesses partidários”.
O militar na reserva – que neste artigo se posicionou politicamente “entre o socialismo e a social-democracia, defendendo a democracia liberal como regime político” – sustentou a tese de que “nenhum Presidente pode ser verdadeiramente «de todos» se estiver claramente associado a uma fação política, pois não terá a independência necessária para representar o interesse coletivo”.
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