
Fernando Venâncio, autor de "Assim nasceu uma língua", morreu hoje em Mértola, no distrito de Beja, aos 80 anos.
Numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa "manifesta o seu pesar pela morte de Fernando Venâncio".
"Ficcionista, ensaísta, crítico (muitas vezes destoando dos consensos) e académico, foi durante muitos anos o mais destacado lusitanista na Holanda, tendo também publicado algumas traduções do neerlandês", lê-se no texto.
O chefe de Estado refere que "nos últimos anos, regressado a Portugal", Fernando Venâncio "investigou as origens da língua portuguesa, apresentando teses originais, fascinantes, e algumas controversas".
"Gostava da erudição, mas também da discordância, da verve e da tolerância, um português na Holanda e um holandês em Portugal", acrescenta.
Fernando Venâncio, que publicou ensaio, crónica e ficção, esteve ligado a vários projetos culturais, literários e de ensino de Língua Portuguesa e em 2020 foi distinguido com o Prémio de Ensaio Jacinto do Prado Coelho pela obra "Assim nasceu uma língua – Sobre as origens do português".
Nascido em Mértola, em 1944, formou-se em Linguística nos Países Baixos, onde viveu e trabalhou, desenvolvendo estudos históricos sobre a língua portuguesa.
Naquele país, deu aulas e ocupou cargos diretivos em universidades de Amesterdão, Roterdão e Haia, segundo uma biografia da Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas.
Além de ter publicado crítica literária com regularidade na imprensa portuguesa, Fernando Venâncio também traduziu do neerlandês a obra de escritores como Gerrit Komrij e René Huigen e escreveu livros didáticos para o ensino do português a estrangeiros.
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