“Nós vamos pedir através do parlamento, ainda hoje vai entrar o requerimento, para Manuel Pinho ir à Comissão de Economia. Ele até parece que está nessa disponibilidade, vamos ouvir o que é que Manuel Pinho tem para dizer e depois logo se verá”, afirmou hoje aos jornalistas Rui Rio, durante uma visita à feira Ovibeja, que está a decorrer em Beja.
No domingo, na Guarda, o líder do PSD revelou que o partido pretendia chamar o antigo ministro do PS Manuel Pinho ao parlamento para esclarecer as alegadas suspeitas que lhe têm sido imputadas em diversas notícias.
Questionado hoje sobre o anúncio do Bloco de Esquerda (BE) de que vai pedir a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito a este caso, o líder do PSD recusou “competições mediáticas”.
“Isso é uma coisa que choca um bocadinho com a minha maneira de ser, ou seja, ninguém disse nada”, e, “quando eu convido Manuel Pinho a ir ao parlamento explicar-se, de imediato aparecem outros partidos a quererem ainda mais do que isto. Eu não entro nessa competição mediática”, afirmou.
Rui Rio insistiu que o PSD vai pedir ao antigo governante para ir ao parlamento, mas “não é preciso exagerar” e não há necessidade de “entrar em competições mediáticas, a ver quem é que faz mais do que os outros”.
Em comunicado divulgado hoje, o advogado de Manuel Pinho, Ricardo Sá Fernandes, já revelou que o ex-ministro, arguido no caso EDP, está disposto a prestar “todos os esclarecimentos” aos deputados, mas só depois de ser interrogado pelo Ministério Público (MP).
O presidente do PSD lembrou que Manuel Pinho “não é obrigado a ir ao parlamento, só vai se quiser ir”, mas não se opõe a que vá depois de ser interrogado pelo MP.
“Pelo que eu li na comunicação social, ele até diz que está na disponibilidade de ir. Quer dar primeiro as explicações ao MP, não tenho nada a opor, o que eu quero é, então, que o sistema de justiça seja cada vez mais célere e eficaz na apreciação destes casos”.
A intenção dos social-democratas, frisou, não é que Manuel Pinho vá ao parlamento “para ser julgado”, pois, o partido não quer “condenar ninguém na praça pública”.
“Uma coisa é a justiça, outra coisa é o parlamento, são coisas completamente diferentes. Aquilo que nós pretendemos é a explicação política”, assinalou.
O que o PSD pretende, continuou, é que o antigo ministro “explique ou que desminta, preferencialmente que esteja em condições de desmentir, que tinha um salário paralelo pago por uma entidade pública que era o Grupo Espírito Santo e que isso possa ter influenciado decisões que tomou enquanto ministro da Economia”.
Questionado sobre como vai o PSD votar o pedido de criação da comissão parlamentar anunciada pelo BE, Rui Rio limitou-se a afirmar: “Quando a proposta for apresentada”, lemos a proposta, estudamos a proposta e decidimos o voto”.
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