"O PS não quer votar nada a favor de algo que crie uma rutura e rasgue horizontes aos portugueses e a Portugal. Para quem nada quer mudar e quer continuar com o país a arrastar-se desta forma, nunca nada é oportuno. Nem é só o PS. Não querem, não querem mudar nada. O PS, mais do que ser obreiro do atual sistema, confunde-se com o sistema. É a mesma coisa do que ir ter com o peru e pedir para ele votar no Natal", disse Rui Rio no comício de encerramento da campanha nacional em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, Açores.
Criticando o PS pela "metralhadora" de promessas eleitorais usadas durante a campanha que hoje termina, Rio desafiou os eleitores a, no domingo, votar contra "quem em campanha promete muito e depois de eleito não faz nada".
O presidente do PSD manifestou a intenção do partido em descentralizar, reformar e "também apoiar a economia", acusando o PS de apoiar "grandes empresas" como a TAP ou a EDP, para quem "dinheiro não falta", ou a Galp, "que só é má para o primeiro-ministro quando está em campanha".
“O PS apoia algumas empresas. Para as grandes empresas, o PS está lá. Para a TAP, o PS paga, com os impostos dos portugueses. Ou para a EDP, quando se trata de perdoar […]. A Galp só é má para o primeiro-ministro em campanha eleitoral, caso contrário, dinheiro não falta”, atirou Rio.
O líder do PSD explicava, desta forma, que o seu partido quer “reformar, mas também apoiar a economia e as empresas”.
“O PS orgulha-se de ter recuperado empregos [na sequência da fase de mais restrições da pandemia de covid-19], mas a maior parte são empregos públicos. São os contribuintes que pagam. O motor da economia são as empresas. Por isso é preciso perder lá os conflitos ideológicos da esquerda de que tudo tem de ser público”, observou.
Para Rio, o importante é apoiar as pequenas e médias empresas.
“Apresentámos [no parlamento] uma proposta para reduzir o IVA da restauração para a taxa mínima durante dois anos. Foi dos setores mais penalizados com a pandemia. Não é uma reforma profunda. Não é para sempre, são só dois anos. Vamos lá ver se o PS, aqui, também é solidário com o setor económico”, desafiou.
O social-democrata começou por justificar a presença nos Açores para o encerramento da campanha nacional como, “obviamente, uma homenagem à autonomia, à descentralização à desconcentração”.
“A autonomia é a descentralização levada ao seu expoente máximo. No PSD somos um partido das autonomias mas também da descentralização. E vamos continuar, tal como tivemos a oportunidade de fazer com a passagem do Tribunal Constitucional para Coimbra. É isso que queremos: um país mais descentralizado”, vincou.
Rio lembrou que, na Assembleia da República, o PS absteve-se na votação na generalidade e disse esperar que a mesma não se traduza “numa derrota ao projeto na votação final porque o PS só votou agora [pela transferência do Tribunal] porque tem medo das eleições”.
De acordo com Rio, terminar a campanha nos Açores, onde o PSD reconquistou o Governo regional nas eleições de 2019, após 20 anos de liderança socialista, significa que os social-democratas querem “tudo descentralizado”.
“Queremos mudar. Por isso, propusemos uma revisão da Constituição da República e, nas próximas duas ou três semanas entrará projeto de revisão constitucional que prevê uma reivindicação antiga das Regiões Autonómas [da Madeira e Açores]: acabar com o Representante da República”, destacou, lamentando que o PS tenha a “conversa de quem não quer mudar nada”.
Rio lembrou ainda que começou a tratar das eleições autárquicas “há dois anos” e desta campanha “há um mês”.
“Se comecei há um mês, não preciso de programar o fim da campanha com uma série de autocarros para dar ideia de que há muita gente. Posso dar-me ao luxo de vir encerrar nos Açores, com todo o mérito dos Açores”, esclareceu.
“Perguntaram-se se não farei nada perto da meia-noite. Para que preciso da meia-noite se ando há tanto tempo a trabalhar nisto?”, perguntou, referindo-se ao facto de a campanha nacional do PSD encerrar oficialmente a meio da tarde, nos Açores, num comício no centro de Ponta Delgada com a presença do líder nacional.
Rio critica Costa por "rajadas de promessas" e "confundir cargos
Num comício em Ponta Delgada, nos Açores, Rui Rio lamentou a “metralhadora” e a “rajada de promessas” que o secretário-geral do PS levou ao país durante a campanha para as eleições de domingo.
Rio pediu ainda aos eleitores para mostrarem, com os votos, que “não se ganham autárquicas prometendo tudo e mais alguma coisa”.
“Nada se compara a fazer uma campanha montada em promessas. Ainda por cima, confundindo o cargo de líder do PS com o de primeiro-ministro”, lamentou.
Por isso, acrescentou, o PSD quer, no domingo, “mostrar ao PS que a forma de ganhar autarquias não é prometer tudo e mais alguma coisa”.
“Estou convencido de que vamos ver isso reconhecido no voto”, afirmou, lembrando que, entre os candidatos social-democratas, ninguém prometeu o que sabe que não pode cumprir.
Para Rio, esta campanha “ficou marcada pela metralhadora” de António Costa, que “andou a disparar rajadas de promessas” pelo país.
“Em Penafiel, prometeu uma estrada, em Paredes mais apoio para as empresas, em Gondomar uma nova linha de metro, em Viana do Castelo, uma rodovia para a zona industrial e uma nova ponte, em Faro mais milhões de euros… para o que for preciso”, indicou o presidente do PSD.
Rio disse que, na rua, “o que as pessoas mais criticam é que, quando há campanhas eleitorais, prometem tudo e depois não fazem nada”.
“O líder do PS não fez mais nada nesta campanha do que não fosse fazer promessas atrás de promessas”, censurou.
No domingo, disse, “têm os eleitores de dizer se vale a pena andar prometer o que não pode cumprir, ou ser sério e prometer o que podemos cumprir”.
“Estas eleições vão mostrar a todos se são sinceras as críticas sobre os políticos que prometem e não fazem nada”, frisou.
Comentários