Em declarações aos jornalistas à entrada para um encontro com militantes do PSD em Aveiro, o líder do PSD realçou que o setor da energia “é um lugar político, mas tem uma componente técnica forte”, adiantando que “não se conhece ao deputado João Galamba grande formação na área da energia”.
“Penso que não tem nenhuma formação específica na área da energia. Sendo assim, vejo muito mais aqui a questão de uma certa partidarização da pasta da energia, do que propriamente colocarmos um técnico que sabe bem aquilo que o setor precisa”, afirmou.
A confirmar-se a escolha do antigo porta-voz do PS para assumir a pasta deixada vaga por Jorge Seguro Sanches, o líder do PSD considera que se trata de “um mau sinal”, ainda por cima, numa altura em que diz haver “uma tensão entre o Governo e as energéticas, particularmente a EDP”.
“A partidarização não augura nada de positivo e o anterior secretário de Estado estava a fazer um percurso que demonstrava alguma independência, alguma autonomia, nas suas políticas e nas suas decisões. Prevejo que agora não seja assim, mas vamos ver”, concluiu.
O Presidente da República deu hoje posse aos novos ministros da Defesa, da Economia, da Saúde e da Cultura.
Na sequência de uma alteração orgânica, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, tomou posse como ministro do Ambiente e da Transição Energética, pasta até então no Ministério da Economia.
Questionado sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2019, que será entregue hoje na Assembleia da República, o líder dos sociais-democratas disse que teme que, pelas medidas que têm sido anunciadas, o documento tenha um “perfil eleitoralista”.
“Aquilo que foi sendo dito, se for assim, nós temos razão para estarmos com receio que o Orçamento tenha um perfil muito mais eleitoralista, ou seja muito mais destinado às eleições de 2019, do que ao futuro do país”, afirmou.
Rui Rio identificou ainda aquelas que considera ser as principais diferenças entre um Orçamento apresentado pelo PSD e um apresentado pelo PS, apoiado no Bloco de Esquerda e no PCP, adiantando que o primeiro deve estar “muito voltado para o futuro, para o investimento, para a poupança e para as empresas” e o segundo “para a distribuição”.
“Vamos ver se em 2019 também é assim. Temo que ainda seja pior”, concluiu.
O Orçamento do Estado será votado, na generalidade, em 30 de outubro no parlamento, estando prevista a votação final global para 29 de novembro.
António Costa já adiantou que o próximo orçamento deverá conter numa redução significativa dos preços dos passes de transportes nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, aumentos das pensões e da massa salarial na administração pública, uma subida do mínimo de existência social para efeitos de IRS, assim como medidas para estimular o reinvestimento de lucros por parte das empresas.
Na proposta do Governo prevê-se um crescimento de 2,2%, uma redução do défice para 0,2%, uma descida da dívida para 117 do PIB (Produto Interno Bruto) e uma queda do desemprego para 6,3%.
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