O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) disse hoje à Lusa ser “bom” que o regresso às escolas não seja “muito extemporâneo” e que tudo seja feito para que o regime presencial decorra até ao final do ano letivo.
“Por isso, parece-me natural que só se feche uma escola em caso de exceção, o que não quer dizer que não se faça sempre que se justifique”, referiu Jorge Ascensão.
Manter uma escola a funcionar é, no seu entender, bom por todas as razões, sobretudo pela importância da saúde física e psicológica dos alunos.
Afirmando que as escolas não estão isoladas – logo, não são imunes aos contágios -, o dirigente considerou que na presença de um caso de infeção a primeira decisão não pode ser fechar o estabelecimento.
Por vezes, acrescentou, o alarmismo para a situação é pior do que o problema em si.
“Pararmos não vai ser solução e vai trazer consequências gravíssimas para toda a gente, sobretudo ao nível da saúde”, reforçou.
A título de exemplo, Jorge Ascensão afirmou que as estradas têm perigos, mas não é por esse motivo que as pessoas deixam de andar nelas.
Partilhando da opinião, o presidente da Confederação Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) frisou que o ensino presencial é “indispensável”, sobretudo para assegurar a igualdade.
“Não há risco zero, por isso, cada um de nós deve agir como um agente de segurança”, ressalvou Rui Martins.
Em jeito de crítica, o responsável sublinhou que se os pais deixam os filhos irem para os bares e praias à noite com os amigos, mais rapidamente devem confiar nas escolas e nos mecanismos traçados para agir em caso de identificação de um caso de infeção.
As escolas só serão encerradas em caso de “elevado risco” e o rastreio de quem esteve em contacto com doentes covid-19 será feito “preferencialmente nas 12 horas seguintes à identificação do caso”, recomenda a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Estas são algumas das medidas previstas no “Referencial Escolas – Controlo da transmissão de Covid-19 em contexto escolar”, que foi publicado na sexta-feira e está disponível no ‘site’ da DGS, mas que será ainda “objeto de contributos para ser aperfeiçoado e consolidado”, segundo informação da direção-geral.
No documento, a DGS explica que bastam dois casos confirmados de covid-19 numa escola para ser considerado um surto, mas que só em “situações de elevado risco” as autoridades de saúde optam pelo encerramento do estabelecimento de ensino.
As aulas começam entre os dias 14 e 17 de setembro e voltam a ser presenciais, depois de no passado ano letivo as escolas terem encerrado em meados de março devido à pandemia de covid-19.
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