Roger Torrent, um independentista empossado há duas semanas, quando prometeu privilegiar o “diálogo” entre as forças parlamentares, tomou esta decisão depois de se ter encontrado com todos os partidos com assento na assembleia regional.
O bloco de partidos independentistas tem a maioria dos assentos no parlamento da Catalunha e o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, avisou na semana passada que Madrid irá manter a sua intervenção na Catalunha no caso de Carles Puigdemont tentar regressar ao poder na região.
Carles Puigdemont está hoje na Dinamarca para participar num debate na Universidade de Copenhaga e arrisca ser detido.As autoridades judiciais espanholas pediram à Dinamarca para ativar a ordem de detenção europeia contra o ex-presidente da Generalitat.
De acordo com fontes da Fiscalia Geral do Estado, contactadas pela agência de notícias EFE, o pedido de detenção foi formalizado por Pablo Llarena, juiz do Tribunal Supremo e aplica-se apenas à Dinamarca.
Trata-se da primeira vez que o ex-presidente da região autónoma da Catalunha se desloca a um outro país desde que se encontra na Bélgica para onde fugiu no final de 2017.
Na liderança do executivo catalão desde janeiro de 2016, Puigdemont e a sua equipa governativa foram destituídos pelo governo central de Madrid após a declaração unilateral de independência de uma “República catalã”, feita em Barcelona no passado dia 27 de outubro. As autoridades espanholas acusaram então o presidente catalão destituído dos crimes de sedição, rebelião e peculato.
A conferência em Copenhaga acontece numa altura em que estão a decorrer negociações sobre a escolha do próximo presidente do governo autónomo da Catalunha, na sequência das eleições regionais de 21 de dezembro, escrutínio que permitiu aos independentistas manter uma maioria parlamentar absoluta.
Puigdemont é o principal candidato, mas quer ser investido à distância, de forma a evitar uma possível detenção assim que pisar território espanhol. Numa entrevista à Catalunya Radio, Puigdemont disse hoje que é “viável” ser presidente do governo catalão (também conhecido como Generalitat) desde Bruxelas em virtude do uso das novas tecnologias. E acrescentou que não pode exercer o cargo como “presidiário” em Espanha e que, por isso, só admite renunciar caso lhe venha a ser retirado apoio parlamentar, em Barcelona.
O governo de Madrid já avisou que se opõe ao cenário de uma presidência ausente.
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