Um pouco por todo o país realizaram-se este sábado várias manifestações pelos direitos das mulheres pelo país, como forma de assinalar o Dia Internacional da Mulher.
“Em 2025 deixamos de exigir a quem nunca nos ouviu. Este é o nosso Manifesto Nacional, confrontando uma realidade cada vez mais distópico”, escrevem os movimentos feministas Rede 8 de Março e Plataforma Feminista, organizadores das manifestações, nas redes sociais.
Em Lisboa, tudo começou às 12h00 horas nos Jardins do Bombarda. Dos Jardins do Bombarda, seguiram para Marquês de Pombal.
A manifestação contou com Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre, Inês Sousa Real, deputada e líder do PAN e Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP.
A manifestação “Pela Libertação de Todas as Mulheres" no Marquês de Pombal estava marcada para às 15h00 horas. “Juntas representamos três dezenas de associações e núcleos ativistas e queremos mobilizar essa força feminista nas ruas”, escreveu a associação Rede 8 de Março nas redes sociais. Entre as reivindicações da manifestação destaca-se o “direito ao aborto, aos cuidados com direitos e pelo fim das violências machistas”.
PCP, Bloco, PAN e Livre unidos na responsabilização do primeiro-ministro
Falando aos jornalistas à margem de manifestações que assinalaram o Dia Internacional da Mulher, em Lisboa, os líderes destes partidos de esquerda vincaram que o principal responsável pela crise política é o primeiro-ministro, que não deu as explicações suficientes no tempo certo.
"O que se sabe hoje é suficiente para concluir que o primeiro-ministro teve uma atuação incompatível com o cargo de governação que tinha, e daí não querer explicar mais, porque há coisas que não têm explicação", disse Paulo Raimundo, que integrou a manifestação convocada pelo Movimento Democrático de Mulheres (MDM), em Lisboa.
"A solução era, no sábado passado, em vez de fazer propaganda, dizer que 'pus o pé na poça e demito-me', e saía de forma digna, mas assim só acrescentou um problema ao problema", afirmou o secretário-geral comunista.
Para Mariana Mortágua, "Luís Montenegro quis muito, procurou muito, um motivo, uma oportunidade para eleições, mas escolheu o pior momento para o fazer, porque é um motivo que põe em causa a sua própria legitimidade enquanto primeiro-ministro", disse a bloquista, à margem de uma manifestação convocada pela Plataforma Feminista e a Rede 8 de Março, no Marquês de Pombal, Lisboa.
Mariana Mortágua considerou que "mais do que jogos políticos, o que as mulheres querem é respostas concretas sobre como pagam a casa, como cuidam dos familiares quando o Serviço Nacional de Saúde não dá reposta ou como aumentar os salários face à desigualdade".
Para a líder do Bloco de Esquerda, o primeiro-ministro está a "brincar com o país, vai para a frente, vem para trás, apresenta moção de confiança, não apresenta, depois faz desafios sobre comissão de inquérito e moção de confiança, é uma brincadeira lamentável".
Na mesma linha, a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, afirmou que Portugal "está a assistir a um braço de ferro entre Luís Montenegro de Pedro Nuno Santos, lideranças masculinas que mostram que precisamos de mais lideranças no feminino e de ter outra visão que prioritize o que é importante para as pessoas".
A porta-voz do Partido Pessoas-Animais-Natureza lamentou "que o primeiro-ministro não tenha dado os esclarecimentos necessários ao país e ao parlamento no tempo certo".
Para a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, Luís Montenegro "escolheu não prestar esclarecimentos no tempo devido e deixou enrolar a situação, com mais dúvidas, e não esclareceu nem percebeu que tem um grande problema de confiança do país".
Assumindo como certa a realização de eleições a curto prazo, Isabel Mendes Lopes disse que o Livre está "preparado para qualquer cenário", com a expectativa de um novo parlamento, "mais saudável, menos agressivo e mais focado em resolver os problemas das pessoas".
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