
“Confirma-se a instauração de inquérito que teve origem em participações recebidas. O mesmo corre termos no Departamentos de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa”, refere o MP em resposta à agência Lusa.
Uma das queixas enviadas ao MP partiu da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), na sequência de mais de uma centena de denúncias recebidas contra um criador de conteúdos digitais por declarações divulgadas que "desrespeitam gravemente os direitos das mulheres e espalham desinformação sobre o aborto".
“Eu nem era totalmente antiaborto, mas depois desta merda toda, acabei por perceber que vocês são só umas p* que querem levar na c* sem consequência. Aborto não é contracetivo”, lia-se no post que não se encontra neste momento disponível. “Esta publicação de @Numeiro foi retida em Portugal com base na(s) lei(s) local(ais)”, informa a rede social X.

Apesar de o visado da queixa não ser identificado pela CIG, o Observador confirmou que se trata de João Barbosa, conhecido enquanto Numeiro, tal como avançou inicialmente o JN, esta quarta-feira.
O ‘influencer’ em causa tem perto de um milhão de seguidores nas redes sociais e no sábado fez esta publicação no X, entretanto eliminada pela plataforma, em que acusa as mulheres de recorrer ao aborto como método contracetivo depois de um anúncio antiaborto a ser transmitido em várias televisões nacionais.
Na sequência das denúncias, a CIG apresentou queixa junto do MP "por factos que podem eventualmente configurar discurso de ódio e eventualmente incitamento ao ódio contra as mulheres, no sentido de apurar eventuais responsabilidades legais".
*Com Lusa
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