Em comunicado, a associação (APS) precisou que as compensações já atribuídas e pagas no âmbito deste fundo solidário (que totaliza 2,5 milhões de euros e se destina a apoiar os familiares das vítimas mortais e os feridos graves) ascendem até agora aos 2,096 milhões.
No âmbito deste fundo das seguradoras, foram analisados processos relativos a 65 mortos, assim como os relacionados com 13 dos 14 feridos graves.
A lista de vítimas mortais da Procuradoria-Geral da República contempla 64 nomes, tendo sido remetida para outro inquérito a morte de uma mulher que morreu atropelada quando fugia do fogo. Em julho, a Procuradoria informou que iria apurar ainda as circunstâncias de uma outra morte que não estava diretamente relacionada com o incêndio.
Segundo a APS, foram pagas ou atribuídas compensações em 62 casos de mortes e nos restantes três “aguarda-se ainda informação complementar”.
Em relação aos feridos foram já pagas e/ou atribuídas compensações em 13 dos 14 casos, “ainda que, nalgumas situações, o pagamento da respetiva compensação ao ferido esteja dependente da evolução da sua situação clínica”.
“Nalguns casos, foram feitos adiantamentos aos familiares mais diretos, para poderem fazer face a despesas mais imediatas”, lê-se no comunicado.
Além dos 13 feridos, foram beneficiadas até ao momento ao abrigo do fundo 87 pessoas com “vínculos familiares às pessoas falecidas”: 40 filhos (cinco dos quais menores), 11 cônjuges/pessoas vivendo em união de facto, 24 ascendentes e 12 irmãos.
Por outro lado, “as empresas de seguro já pagaram também uma parte muito significativa das indemnizações devidas ao abrigo de contratos de seguro”, informou a associação, referindo que foram pagos mais de um milhão de euros de indemnização no âmbito de coberturas de morte, invalidez ou danos corporais.
Neste tipo de coberturas “estão pendentes de pagamento mais de um milhão e meio de euros, devido à mecânica de funcionamento dos seguros de acidentes de trabalho, sempre sujeitos ao ritmo de funcionamento dos tribunais de trabalho por onde os processos têm obrigatoriamente que transitar”, explicou a APS.
A nível de seguros de bens e património foram já pagas indemnizações superiores a 2,6 milhões de euros para reparação de danos sofridos em 320 habitações, estando pendente o pagamento de mais cerca de um milhão de euros.
Foram ainda pagos 180 mil euros de indemnizações relativas aos danos próprios de viaturas destruídas.
O incêndio que deflagrou em 17 de junho em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e se alastrou a outros concelhos só foi dado como extinto uma semana depois, depois de ter feito mais de 200 feridos, além dos mais de 60 mortos.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas neste incêndio e noutro que deflagrou no distrito de Góis (distrito de Coimbra) no mesmo dia. Juntos, os fogos consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.
A área destruída por estes incêndios na região Centro corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março.
A maioria das vítimas morreu na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.
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