Segundo a AFP, o pastor e outros 29 réus declararam-se inocentes, ao comparecerem perante um tribunal na cidade de Malindi, dez meses após a revelação deste caso que chocou o Quénia.
Uma pessoa foi considerada mentalmente incapaz para ser julgada, após avaliações psiquiátricas.
Paul Nthenge Mackenzie já se tinha declarado inocente relativamente a acusações anteriores apresentadas contra si, incluindo as de “facilitar a prática de um ato terrorista”, “posse de um artigo relativo a um delito, ao abrigo da lei de prevenção do terrorismo”, “participação em crime organizado” e “radicalização”, formalmente pronunciadas em 18 de janeiro, as de “homicídio involuntário” em 23 de janeiro e as de “tortura” e “crueldade” de crianças em 25 de janeiro.
Este antigo taxista, que se tornou pastor, está em prisão preventiva desde 14 de abril, um dia após a descoberta das primeiras vítimas na floresta de Shakahola (sudeste do Quénia) onde se encontra a Igreja Internacional da Boa Nova, que Paul Nthenge Mackenzie fundou em 2010.
O arguido defendeu que os seus seguidores jejuassem até à morte para “encontrar Jesus” antes do fim do mundo.
A investigação realizada em Shakahola, uma vasta área de mato na costa queniana, levou à exumação de 429 corpos, alguns que estavam enterrados há vários anos.
As autópsias revelaram que a maioria das vítimas morreu de fome. Alguns, incluindo crianças, foram estrangulados, espancados ou sufocados.
A revelação deste escândalo, denominado “massacre de Shakahola”, colocou as autoridades quenianas sob fogo por não terem impedido as ações do pastor, que, no entanto, foi preso várias vezes pela sua pregação extrema.
Num relatório publicado em outubro, uma comissão senatorial apontou “falhas” no sistema de justiça e na polícia, em 2017 e 2019.
Em julho, o Ministro do Interior Kithure Kindiki considerou o massacre de Shakahola “a pior violação de segurança da história” do Quénia.
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