O governo do Paquistão assegurou hoje que possui "informações de inteligência confiáveis" segundo as quais a Índia pretende realizar de forma iminente um ataque militar devido ao atentado ocorrido na Caxemira na semana passada.

A tensão entre Índia e Paquistão aumentou significativamente desde 22 de abril, quando 26 pessoas morreram num atentado registado na cidade turística de Pahalgam, na região de Caxemira administrada pela Índia.

A Índia acusa o Paquistão de ser responsável pelo atentado, mas o Paquistão nega qualquer envolvimento e solicita uma investigação "neutra".

"O Paquistão dispõe de informações de inteligência confiáveis segundo as quais a Índia tem a intenção de lançar um bombardeamento militar entre as próximas 24 e 36 horas, utilizando o incidente de Pahalgam como pretexto", declarou o ministro paquistanês da Informação, Attaullah Tarar, num comunicado.

"Qualquer agressão provocará uma resposta decisiva. A Índia será plenamente responsável por qualquer consequência grave na região", acrescentou.

Nesta terça-feira, durante uma reunião a portas fechadas, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, "disse às forças armadas que tinham liberdade para decidir os alvos, o momento e o tipo de resposta indiana" ao atentado, indicou à AFP uma fonte governamental sob condição de anonimato.

A 23 de abril, um dia depois de um atentado contra civis ter provocado pelo menos 28 mortos, o exército indiano disse "ter eliminado dois terroristas" num tiroteio na Caxemira administrada pela Índia.

As forças indianas lançaram uma caça maciça após o ataque a tiro a 22 de abril contra um grupo de turistas em Pahalgam, destino turístico popular a cerca de 90 quilómetros da cidade de Srinagar.

Foi o ataque mais mortífero contra civis num quarto de século. Pelo menos 28 turistas morreram e “muitos outros foram feridos”, de acordo com o jornal The Times of India.

Uma disputa com 78 anos

A Índia e o Paquistão disputam a soberania de Caxemira desde 1947.

Cerca de 500.000 soldados do exército indiano estão destacados neste território predominantemente muçulmano para combater uma insurreição separatista que, desde 1989, já custou a vida a dezenas de milhares de soldados, rebeldes e civis.

Os separatistas mais radicais pedem a independência da parte indiana deste território dos Himalaias ou a fusão com o Paquistão. Nova Deli acusa regularmente Islamabade de apoiar e armar os rebeldes, o que este último nega.