Covid, “gripezinha” e “país de maricas”
“Para 90% da população, isto vai ser uma gripezinha ou nada”: 27 de março de 2020, o início da pandemia de covid-19 que deixou mais de 680 mil mortos no Brasil.
“Lamento os mortos. Todos nós vamos morrer um dia... Não adianta fugir disto, da realidade. Temos que deixar de ser um país de maricas”: 10 de novembro de 2020.
“Se se transformar num jacaré, é um problema seu (...), se se transformar num super-homem, se nascer barba em alguma mulher, ou algum homem começar a falar fino, [os laboratórios] não têm nada a ver com isso”: 18 de dezembro de 2020, sobre as cláusulas que ilibam a Pfizer de responsabilidade por efeitos secundários da sua vacina contra a covid-19.
Amazónia e ONGs, um “cancro”
“O nosso sentimento é que isso não coincide com a verdade, e parece até que [o presidente do Inpe] está ao serviço de alguma ONG”: 19 de julho de 2019, após a divulgação de um relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que alertava para o facto do desmatamento ter aumentado em 88% entre junho de 2018 e junho de 2019.
“Vocês sabem que as ONGs, em grande parte, não têm oportunidades comigo. Não consigo matar esse cancro, em grande parte, chamado ONG, que existe na Amazónia”: 3 de setembro de 2020, durante uma transmissão ao vivo no Facebook.
“Pólvora” contra Biden
“Assistimos há pouco um grande candidato à chefia de Estado dizer que, se eu não apagar o fogo da Amazónia, ele ergue barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que podemos fazer frente a tudo isto? Apenas a diplomacia não dá, não é, Ernesto? Quando acaba a saliva, tem que haver pólvora, se não, não funciona. Não precisamos usar sequer a pólvora, mas há que saber que a temos”: 10 de novembro de 2020, em reação aos comentários do, então, futuro presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Greta Thunberg, uma “pirralha”
“A Greta já falou que os índios morreram porque estavam a defender a Amazónia. É impressionante a imprensa dar espaço a uma pirralha”: 10 de dezembro de 2019, em resposta à jovem ativista ambiental sueca que condenou o assassinato de indígenas na Amazónia.
“Porrada” em jornalista
“A minha vontade é encher a tua boca de porrada”: 23 de agosto de 2020, em resposta a um repórter do jornal O Globo que perguntou sobre pagamentos suspeitos na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
“Vera, não podia esperar alguma coisa de você. Você dorme a pensar em mim, tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido no debate. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”: 28 de agosto de 2022, dirigindo-se à jornalista Vera Magalhães durante o primeiro debate presidencial televisionado.
Ditadura militar
“Nós queremos desvendar crimes. A questão de 64, existem documentos de matou, não matou, isso aí é treta”: 30 de julho de 2019, em relação aos documentos oficiais sobre o desaparecimento de opositores durante a ditadura militar de 1964-1985.
Em 2016, Bolsonaro disse que o “erro da ditadura foi torturar e não matar”.
Fome
“Falar que há fome no Brasil é uma grande mentira. Passa-se mal, não se come bem. Aí concordo. Agora haver fome, não. Você não vê gente pobre pelas ruas com físico esquelético como vemos em alguns outros países pelo mundo”: 19 de julho de 2019.
Horas depois, acrescentou: “O brasileiro come mal. Alguns passam fome. Agora, isso é inaceitável num país tão rico como o nosso.”
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