Em conferência de imprensa a partir da sede regional da OMS Europa, o diretor regional, Hans Kluge, apontou que o número de novos casos diários atualmente é “duas a três vezes” superior ao que acontecia nos primeiros meses da pandemia, mas o número de mortes é “cinco vezes inferior”.
A explicação, adiantou, será o facto de “a transmissão se estar a dar em pessoas mais jovens e menos vulneráveis”, mas alertou que a situação “tem potencial para piorar drasticamente com o contacto social entre gerações em espaços interiores”.
Em 10 dias, o número de casos confirmados de infeção na região “passou de seis milhões para sete milhões” e que a covid-19 é atualmente a “quinta causa de morte”.
Hans Kluge defendeu que “é altura de aumentar medidas restritivas” do contacto entre pessoas mais ligeiras, salientando que “a pandemia não inverterá o percurso por si”.
Contudo, salientou, é preciso que essas medidas sejam “adaptadas às realidades nacionais e regionais” e devem ser “proporcionais e limitadas no tempo”, devem ser baseadas em “dados epidemiológicos e ter em conta os efeitos colaterais” na sociedade.
O objetivo será evitar medidas ainda mais restritivas como o confinamento generalizado que se verificou em março e abril, com Hans Kluge a frisar que “a pandemia hoje não é o que era ontem”, quando a maior parte dos países foi “apanhado” sem estar preparado para a enfrentar.
As medidas em que vale a pena apostar são as que encorajam a autoproteção e desencorajam as grandes concentrações de pessoas.
“Essas medidas visam manter-nos à frente da curva [epidemiológica] e achatá-la. Cabe-nos aceitá-las enquanto são ainda relativamente fáceis de cumprir antes que seja precisa uma ação mais severa”, avisou o responsável da OMS.
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