“A trajetória ascendente de casos de covid-19 [no Cazaquistão] sugere que muitos destes casos [de pneumonia atípica] são casos de covid-19 por diagnosticar, mas mantemos as opções em aberto até haver uma confirmação definitiva”, afirmou em conferência de imprensa o diretor executivo do Programa de Emergências Sanitárias da organização, Michael Ryan.
O epidemiologista irlandês afirmou que a OMS está a trabalhar com as autoridades de saúde cazaques para aferir a qualidade dos testes feitos às pessoas que adoeceram com pneumonia para “garantir que não se trata de falsos negativos”.
Numa mensagem aos seus cidadãos, a embaixada chinesa em Nursultan, capital do Cazaquistão, alertou na quinta-feira para uma nova doença “com uma taxa e mortalidade muito maior que a covid-19” que teria causado 1.772 mortes nos primeiros seis meses de 2020 e “628 apenas em junho”.
O Cazaquistão rejeitou hoje essa alegação da embaixada chinesa, cujo comunicado à imprensa falava inicialmente de uma “pneumonia cazaque”, substituindo depois esse termo por “pneumonia não-covid”.
O Ministério da saúde cazaque indicou que há pacientes registados como sofrendo de pneumonia e não do novo coronavírus, apesar de terem os sintomas da covid-19, porque os resultados dos testes deram negativo.
Michael Ryan salientou que “podem acontecer surtos de pneumonia atípica em qualquer sítio do mundo, a qualquer altura”, que se podem dever a doenças como a clamídia ou a ‘legionella’.
No entanto, os cerca de dez mil novos casos de covid-19 confirmados laboratorialmente no Cazaquistão na última semana “são provavelmente uma causa determinante” no aumento dos casos de pneumonia.
“Muitos destes casos de pneumonia serão também casos de covid-19, só que ainda não foram diagnosticados corretamente”, reforçou, ressalvando que é preciso confirmar essa impressão.
Além dos testes, a OMS está também a analisar radiografias dos pulmões das pessoas doentes para verificar se mostram resultados “consistentes com a covid-19”, acrescentou Michael Ryan.
A pandemia de covid-19 já provocou 555 mil mortos e infetou mais de 12,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.646 pessoas das 45.679 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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