Jerónimo de Sousa confessou hoje estar preocupado com “a resistência do Governo em relação ao ritmo dos passos adiante a dar, comparado com a legislatura passada" e afirmou que "não é a mesma coisa, não há passos significativos como no último ano”.
O líder dos comunistas falou hoje aos jornalistas à margem de uma ação com trabalhadores da AutoEuropa, em Setúbal, afirmando que o partido está em diálogo com o Governo no que toca à negociação do Orçamento do Estado na especialidade.
“Não diria que são negociações, eu diria que são diálogos, encontros que se realizaram”, afirmou Jerónimo de Sousa, acrescentando que “não há limites nem linhas vermelhas” nas conversações com os socialistas.
Segundo o líder comunista, “hoje existem condições para dar alguma resposta a problemas prementes”, como é o caso das forças de segurança, os militares, os salários da administração pública e que o PCP está determinado em negociar com o executivo.
“Estamos determinados a negociar, a dialogar, a demonstrar a importância de se darem novos passos num quadro de preocupação, tendo em conta que o Governo não se liberta das imposições da União Europeia e dos avisos que sistematicamente vão chegando e isso é preocupante”, considerou.
O dirigente comunista insistiu na importância da valorização das pensões e reformas, considerando que o aumento anunciado pelo governo é “insignificante”.
O secretário-geral do PCP reiterou também a defesa da gratuitidade das creches para crianças até aos três anos”, considerando que o PS neste campo deu um “passo tímido” e pode ir mais longe.
Jerónimo de Sousa disse ainda que o voto final global no OE para 2020 merece “reflexão” em relação “aos andamentos” que o partido conseguiu até ao momento.
O líder comunista esteve hoje na entrada da AutoEuropa, na mudança de turno, onde distribuiu propaganda política e foi cumprimentado por alguns dos trabalhadores que saíam da fábrica.
O PCP anunciou ainda o início de uma campanha nacional que visa “a valorização do trabalho e dos trabalhadores” e que se irá prolongar por todo o primeiro semestre do presente ano.
Entre as reivindicações contidas nesta campanha o partido sublinha “a valorização geral dos salários particularmente do salário mínimo nacional e a defesa dos 850 euros”, o combate à precariedade e à desregulação do horário de trabalho e a “procura de valorização das carreiras contributivas ao fim de 40 anos de descontos”.
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