Netanyahu tem até à noite de quarta-feira para constituir uma coligação governamental. Se não o conseguir, o presidente Reuven Rivlin pode dar-lhe mais duas semanas ou indicar outro deputado para formar governo.

Mas o Parlamento (Knesset) pode também constatar o impasse das negociações e votar a sua dissolução, uma hipótese considerada nos últimos dias.

O presidente do Knesset, Yuli Edelstein, recebeu hoje uma carta assinada por alguns deputados que apoiam uma lei para dissolver o parlamento e propõem novas eleições, tendo em conta as dificuldades de Netanyahu para constituir uma coligação governamental.

O jornal digital Times of Israel indica que a carta é subscrita por possíveis membros da coligação que o primeiro-ministro tentava formar desde que venceu as eleições de 9 de abril e foi encarregado por Rivlin para formar governo.

Um novo escrutínio seria não só inédito na história de Israel como representaria um doloroso fracasso para Netanyahu, 69 anos, 13 dos quais no poder.

O primeiro-ministro enfrenta a intransigência do seu antigo ministro da Defesa, o ultranacionalista Avigdor Lieberman, relativamente a uma lei sobre o serviço militar dos judeus ultraortodoxos, que anula a isenção de que beneficiam dezenas de milhares de estudantes das escolas talmúdicas.

Lieberman, líder do partido laico e nacionalista Israel Beiteinu, declarou-se pronto para disputar novas eleições se não conseguir um compromisso em relação à lei que propôs como ministro da Defesa.

No entanto, a isenção de serviço militar é uma linha vermelha para os partidos ultraortodoxos, outros potenciais parceiros de Netanyahu.

O primeiro-ministro precisa dos 16 deputados (em 120) conseguidos pelos ultraortodoxos e gostava de contar também com os cinco do Israel Beiteinu para conseguir uma maioria de 65 votos no parlamento.

O Likud, partido de direita de Netanyahu, pressionou hoje Lieberman para promover um compromisso e multiplicou os ataques contra ele.

O líder do Israel Beiteinu assegura que a lei sobre o recrutamento militar é uma “questão de princípio” e disse aos jornalistas que a incapacidade do primeiro-ministro em conseguir um acordo é um “fracasso enorme e sem precedentes”.