“Macron Demissão!” foi uma das palavras de ordem ouvidas durante a manifestação pacífica, que decorreu ao início da tarde de hoje em Paris, e num dos cartazes lia-se: “Grande Farsa”, noticia a AFP.
“Os líderes estão com medo de perder os seus lugares de ouro”, disse à AFP Bernard Saidani, de 66 anos.
“Nós divorciámo-nos das nossas elites”, afirmou por seu turno, Michel, de 53 anos, que não vai participar no “debate nacional” afirmando: “Nós não voltamos para um ex”.
O número de participantes na manifestação de hoje irá demonstrar a eficácia do “debate nacional”, iniciativa lançada pelo Presidente Macron, para conter a crise social, a pior desde a sua eleição em 2017.
“Uma mobilização pelo menos igual à semana passada é a que é esperada”, disse uma fonte da Polícia à AFP.
Em 12 de janeiro, mais de 80.000 pessoas foram os números avançados autoridades, contra 50.000 na semana anterior, o que é apontado como um “balde de água fria” nas esperanças do Governo, que esperava uma adesão menor, no âmbito das festividades de final do ano.
Hoje ao meio-dia local (11:00 em Lisboa), além de Paris realizaram-se manifestações pacíficas noutras cidades francesas. Na capital registaram-se doze detenções, número muito abaixo do sábado anterior, que foi marcado por atos de violência.
Tal como no anterior sábado, hoje foram mobilizados cerca de 80.000 policiais e agentes militarizados, dos quais 5.000 em Paris.
Na capital, alguns manifestantes envergavam uma rosa em honra dos mortos e feridos desde o início do movimento a 17 de novembro último.
Dez pessoas morreram, principalmente durante acidentes com bloqueios de estrada, e mais de 2.000 ficaram feridas, entre manifestantes e agentes da ordem pública.
Entretanto foi lançado um debate sobre o uso de uma arma pelas forças da ordem denominada Lançador de Balas de Defesa (LBD) apontado como o causador dos ferimentos graves sofridos por muitos manifestantes.
A França, segundo a AFP, é dos poucos países europeus que utiliza o LBD.
Entretanto, o ministro do Interior, Christophe Castaner, defendeu na passada sexta-feira a utilização do LBD, sem o qual, as forças da ordem não teriam outra opção a não ser o “contacto físico” e haveria “muito mais feridos”, segundo o governante.
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