Na contagem provisória (porque a lista está em contínua atualização), a Fundação refere uma longa série de atos eleitorais legislativos, presidenciais, municipais e referendos cuja data teve de ser alterada, na maior parte das vezes para altura indeterminada, por causa do impacto da pandemia.

Para já, as mediáticas eleições presidenciais nos EUA mantêm a sua data, para o início de novembro, embora em vários Estados as eleições primárias tenham sido adiadas e são muitos os exemplos de outros atos eleitorais pelo mundo que tiveram de ser adiados, para não colidirem com os constrangimentos da propagação do novo coronavírus.

A segunda volta das eleições municipais em França, que estava marcada para 26 de março passado, foi remetida para o dia 21 de junho, quando tiver já passado o dia nacional francês, 14 de junho, numa decisão tomada no dia 16 de março.

A mais populosa democracia do mundo, a Índia, também viu as suas eleições para o Conselho dos Estados remarcada de 26 de março para uma data que ainda não está fixada, ficando dependente da evolução da pandemia, num país fortemente vulnerável perante este género de crises sanitárias.

No Brasil, nem o otimismo do Presidente Bolsonaro conseguiu manter a data de 26 de abril para as eleições locais, que ficam adiadas ‘sine die’, tal como as eleições presidenciais na Bolívia, que deviam realizar-se em 03 de maio.

Pouco tempo depois de ter sido aceite como membro definitivo da Nato, a Macedónia do Norte viu as suas eleições parlamentares serem adiadas de 12 de abril para data indeterminada, e as eleições presidenciais da República Turca de Chipre do Norte (RTCN) foram remarcadas de 26 de abril para 11 de outubro.

A RTCN, autoproclamada em 1983, é apenas reconhecida pela Turquia, que mantém milhares de soldados nessa região após a invasão militar de 1974, justificada por uma tentativa fracassada de golpe que pretendia a união da ilha à Grécia.

Um importante referendo na Rússia, que pode determinar o prolongamento da permanência no poder do Presidente Vladimir Putin, foi adiado de 22 de abril para data incerta, tal como um outro referendo no Chile, adiado de 26 de abril para data igualmente indeterminada.

Em Espanha, as eleições regionais no País Basco e na Galiza ficaram sem data, depois de terem estado marcadas para dia 05 de abril, e no Reino Unido não se ficará a conhecer a popularidade do Partido Conservador de Boris Johnson, nas eleições locais, que estavam marcadas para dia 07 de maio e que ficam adiadas exatamente por um ano, para dia 07 de maio de 2021.

Apesar das preocupações já causadas pela pandemia, vários países africanos decidiram manter o calendário eleitoral, como é o caso da República da Guiné, cujas eleições se realizaram no passado dia 22 de março, ou o Mali, que realiza a segunda volta das eleições legislativas no próximo domingo.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.