Deslocação de populações, fome e conflitos são os impactos visíveis resultantes das alterações climáticas enunciados pelas Organizações Não Governamentais (ONG), que referem o agravamento da situação.
"Com as mudanças climáticas, os perigos estão a multiplicar-se", afirmou Elhadj As Sy, secretário-geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, em entrevista à AFP.
Elhadj As Sy falava no âmbito de uma conferência em Genebra, na Suiça, sobre o impacto humanitário do aquecimento global, onde salientou que o impacto das alterações climáticas está "a tornar-se mais frequente e mais violento".
Num relatório publicado esta semana, especialistas do Painel InterGovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) pediram transformações "rápidas" e "sem precedentes" se quisermos ver o aquecimento global limitado a 1,5ºC.
Gernot Laganda, chefe dos especialistas em riscos de desastres relacionados ao clima no Programa Mundial de Alimentos (PMA), lembrou que os impactos da mudança climática estão já a obrigar à deslocação de cerca de 22,5 milhões de pessoas a cada ano.
O mesmo diz que, se o planeta aquecer a 2ºC, haverá mais 189 milhões de pessoas em risco alimentar. "E se for 4ºC, será mais de um bilhão", acrescentou.
Elhady As Sy apontou que as crises relacionadas ao clima aumentaram claramente nos últimos anos: "Nos anos 70, estávamos a enfrentar entre 80 e 100 impactos e perigos sérios relacionados com o clima, por ano. No ano passado, foram cerca de 400, quatro vezes mais".
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