No discurso de encerramento das jornadas parlamentares do PSD, que decorreram em Albufeira (Faro), Luís Montenegro questionou-se como estaria o país se o PS não tivesse chegado a um entendimento com BE, PCP e PEV para suportar no parlamento o seu executivo minoritário.
"Como estaria Portugal se esta geringonça não se tivesse formado para obstaculizar a continuação da governação PSD, como estaria Portugal? Eu não tenho dúvidas: estaria a crescer mais, com mais justiça social e a sustentar de forma mais coerente o futuro", afirmou Luís Montenegro.
Para o líder parlamentar do PSD, esse hipotético Governo "não estaria tão preocupado com as notícias de amanhã mas com os efeitos das suas políticas no depois de amanhã".
Montenegro sublinhou que o PS, nas matérias em que não consegue entendimento político com os seus parceiros, "tem de se virar para o PSD", apontando como exemplos as áreas da descentralização e ou da regulação das plataformas de transporte, que têm merecido críticas de PCP ou BE.
"É preciso dizer ao PS que, quando se vira para o PSD, não é para o PSD aderir integralmente e secundar as propostas do PS", afirmou, pedindo ao PS que tenha "a humildade de reconhecer" que os sociais-democratas até têm mais deputados que os socialistas.
Se essa aproximação não acontecer, defendeu Montenegro, é porque "o PS e o doutor António Costa não querem que haja o processo de descentralização em Portugal" ou a regulação na área das plataformas eletrónicas de transportes.
"Não vale a pena andarem com folclores, andarem pelo país naquele espírito ‘powepoint' do socratismo a fazerem sessões pelo país quando, na prática, na ação fazem exatamente o contrário", acusou.
Também na reforma do sistema eleitoral Luís Montenegro deixou um desafio ao PS, que retirou essa matéria do seu programa de Governo por não ter concordância dos seus parceiros no parlamento.
"Se quer ficar do lado daqueles que projetam o futuro, o aprofundamento da democracia ou do lado do imobilismo, do taticismo puro e duro", desafiou.
Sobre a reforma do sistema eleitoral, matéria que exige sempre um acordo entre os dois maiores partidos, o líder parlamentar do PSD admitiu que será um processo exigente, mesmo internamente, depois de, antes da abertura das jornadas, ter admitido que o partido poderia entregar diplomas ainda na atual sessão legislativa.
Num balanço da atual sessão, e sem se referir a casos concretos, Luís Montenegro lamentou que os deputados do PSD "tenham sido muitas vezes bloqueados" da função fiscalizadora que cabe à oposição, mas deixou uma garantia.
"Não nos intimidam e não nos demovem", assegurou.
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