Ana Catarina Mendes falava na abertura da Conferência Nacional do PS, no auditório do Convento de São Francisco, em Coimbra, numa intervenção que antecedeu a do secretário-geral socialista, António Costa, e em que se dirigiu sobretudo aos parceiros parlamentares de esquerda dos socialistas.
"É fundamental garantir, neste tempo de dificuldades, a estabilidade política necessária para dar resposta aos problemas que teremos de enfrentar. Todos temos essa responsabilidade", afirmou Ana Catarina Mendes, defendendo que os socialistas já deixaram bem claro em 2015 que rejeitam "o arco da governação e o Bloco Central" com o PSD.
"É á esquerda que queremos continuar a liderar a solução política de que Portugal precisa. Para isso, contamos, naturalmente, com o sentido de responsabilidade dos demais partidos que connosco fazem a maioria de esquerda de que o parlamento hoje dispõe, respeitando sempre as diferenças de cada um, mas pondo sempre o interesse de Portugal acima de qualquer agenda ou taticismo partidário", advertiu a presidente do Grupo Parlamentar do PS.
Ana Catarina Mendes deixou ainda mais avisos, dizendo que "o tempo não está para agendas irrealistas feitas de pressões, chantagens ou olhares para o umbigo".
"O tempo é de unir esforços para prosseguir uma agenda social que responda às urgências e necessidades dos portugueses. E não haja dúvidas de que a receita que a direita tem para oferecer é exclusivamente feita de cortes e de austeridade. Em 2020 continuamos a confiar que o país precisa de uma agenda de progressista. E é, sobretudo, em tempos de dificuldades que a esquerda tem que dizer presente. Toda a Esquerda", acentuou, aqui numa alusão indireta ao PCP.
Ainda no plano político, Ana Catarina Mendes considerou que "Portugal precisa de uma agenda progressista, que só a mobilização e concertação de toda a esquerda podem assegurar na resposta a esta crise".
"Nunca deixámos de acreditar na centralidade do parlamento, e sabemos bem da sua importância na definição de uma agenda de recuperação estável para os próximos anos. Nunca deixámos de afirmar a nossa vontade de concertação com as restantes forças de esquerda e ambientalistas com assento na Assembleia da República", sustentou.
Ana Catarina Mendes disse depois acreditar que a maioria que compõe hoje o parlamento, com o PS, BE, PCP, PEV e PAN "constitui a opção dos portugueses, em eleições muito recentes, por uma agenda progressista".
"Nenhum destes partidos pode prescindir da responsabilidade que nos é conferida a todos e a cada um neste momento histórico. Estou certa e acredito - porque conheço bem os meus colegas deputados - que a esquerda parlamentar tem este sentido de dever histórico para com o País, unindo-se no essencial do combate a esta crise: Protegendo rendimentos e emprego e a nossa capacidade produtiva, apostando na recuperação assente em empresas dinâmicas e inovadoras", acrescentou.
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