“Essa ideia é uma ideia que é rigorosamente falsa de que o CDS se encontra dividido. Não está dividido”, afirmou o líder centrista.
Questionado à margem de uma visita ao Mercado de Alvalade, no último dia de campanha, sobre não ter tido a seu lado críticos internos nas últimas duas semanas, Francisco Rodrigues do Santos afirmou que “é obvio que nunca se consegue garantir uma unidade a 100% em nenhum partido político em Portugal”.
Visivelmente irritado com a insistência dos jornalistas, o presidente do CDS, que é também cabeça de lista em Lisboa, considerou que foi o líder partidário que, ao longo da campanha, ouviu “constantemente essas perguntas” e criticou que os jornalistas “não perguntam isso aos outros líderes partidários”.
Francisco Rodrigues dos Santos respondeu um pronto “não” quando questionado se espera ver no último dia de campanha alguma figura do partido que ainda não tenha estado a seu lado.
“Estou à espera de ver todos aqueles militantes do CDS que querem voltar a votar no partido pelas mesmas razões de sempre e que num motivo de urgência e num contexto difícil dizem presente e dão a cara pelo partido em nome de Portugal. E todos esses serão bem-vindos”, afirmou, referindo ter tido consigo pessoas que admira e estima e que “são figuras gradas na história da democracia” e nomes “de proa da história partido, muitos deles afastados, que agora voltaram”
E elencou José Ribeiro e Castro (que estava a seu lado), Manuel Monteiro, Teresa Nogueira Pinto, Manuel Queiró, Adalberto Neiva de Oliveira, António Lobo Xavier ou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.
“Tantos e tantos nomes vetustos da história do nosso partido a estarem presentes, porque é que o CDS estará dividido? Não está dividido”, salientou.
No comício de encerramento da campanha para as eleições legislativas de domingo, ao final da tarde, onde indicou que marcará presença do antigo ministro e dirigente centrista Luís Nobre Guedes, quer “ver todos aqueles que querem apoiar o CDS”.
“Há de facto uma grande união de gerações e gerações de militantes do nosso partido que dão a cara pelo CDS e dizem que é um partido indispensável a Portugal”, defendeu.
O presidente do CDS defendeu também estar legitimado como líder e que o próximo congresso “vai realizar-se no calendário normal”.
“Eu sou presidente do partido e eu não ando a exercer a minha liderança ao desafio. Eu tenho o mandato dos militantes do partido e estou a cumpri-lo”, salientou.
Líder do CDS considera sondagens “partidas de carnaval” e pede concentração de votos
O presidente do CDS-PP desvalorizou ainda as sondagens que colocam em risco a eleição de deputados do partido no domingo, considerando que devem ser “partidas de Carnaval antecipadas”, e apelou a uma concentração de votos no partido.
“Eu acho que é para os apanhados, aquelas partidas de Carnaval antecipadas, porque de facto são sondagens fabricadas, de encomenda para favorecem os partidos do bloco central de interesses e para, uma vez mais, como fizeram sempre ao longo da história, vaticinarem o fim do CDS”, criticou.
Francisco Rodrigues dos Santos sustentou que os centristas aprenderam “a defender-se destes estudos de opinião e a proteger-se destas fabricações de conveniência”.
“Que é como quem diz, esperem pelas eleições e logo verão. Eu estou absolutamente certo de que o nosso eleitorado conservador e democrata-cristão no dia 30, domingo, vai preferir a direita certa para Portugal, uma direita com quase 50 anos de história, que teve desde a sua fundação homens notáveis como José Ribeiro e Castro”, defendeu, com o ex-presidente e número dois da lista por Lisboa a seu lado.
Na reta final da campanha eleitoral, várias sondagens apontam para um resultado mínimo histórico para o CDS-PP e colocam até em causa a eleição de deputados.
O líder, que é também cabeça de lista por Lisboa, salientou que o CDS “sempre se afirmou como o partido que defendeu valores inegociáveis e fez a sua defesa de forma intransigente”.
Apontando que o país precisa de um “CDS forte”, Francisco Rodrigues dos Santos sustentou que “é o único [partido] capaz de influenciar verdadeiramente um governo de direita”, porque “ajudará a formar maiorias parlamentares para que o país governe com ideias de direita”.
Por isso, deixou um apelo: “Todos os eleitores de direita que querem um governo de direita devem concentrar os votos no CDS”, que apelidou de “o porto seguro de sempre”.
E pediu aos eleitores que “não desperdicem votos noutros partidos”, alertando que “poderá até vir a acontecer ter uma maioria de direita no parlamento e continuar António Costa a governar”.
“Um voto no CDS não é um voto contra o PSD, é um voto que permite ao PSD governar, mas governar à direita e não se entender com António Costa e impedir um bloco central de interesses”, frisou o líder centrista.
Mostrando-se confiante num “bom resultado” nas eleições legislativas de domingo, e que o CDS vai nas urnas "desmentir as sondagens", Francisco Rodrigues dos Santos, “otimista por natureza”, apontou que será “um arquiteto do sucesso e não um especulador da desgraça”.
O líder centrista fez um balanço "muito positivo" da campanha e da volta nacional das últimas duas semanas, apontando que sentiu "apoio, confiança, entusiasmo, alegria" por parte dos portugueses.
E apontou que as propostas do CDS "receberam um grande acolhimento".
Francisco Rodrigues dos Santos aproveitou a visita ao mercado para divulgar uma das propostas do compromisso eleitoral do partido, a diminuição “para 30%” da “carga fiscal” sobre os combustíveis.
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