![Huthis ameaçam atacar se habitantes de Gaza forem deslocados](/assets/img/blank.png)
“Interviremos com ataques de mísseis e drones e ataques marítimos se a América e Israel levarem a cabo o seu plano de deslocação forçada” dos habitantes de Gaza, afirmou Abdel Malek al-Houthi num discurso transmitido pela televisão.
O Presidente norte-americano, Donald Trump defendeu um plano para reconstruir a Faixa de Gaza, devastada por 15 meses de bombardeamentos israelitas, que implicava a retirada dos 2,4 milhões de habitantes para outros países, sem possibilidade de regresso.
O plano foi criticado pela generalidade da comunidade internacional, até por poder configurar um crime contra a humanidade, mas mereceu o apoio do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
“Apelo às forças armadas para que estejam prontas a intervir militarmente caso o criminoso [Donald] Trump leve a cabo as suas ameaças”, acrescentou o líder rebelde.
Trata-se do segundo discurso de Abdel Mal al-Houthi sobre Gaza em três dias.
Na terça-feira, ameaçou retomar os ataques contra Israel em caso de novas hostilidades na Faixa de Gaza.
“Estamos prontos a intervir militarmente a qualquer momento em caso de escalada contra Gaza”, declarou então, num discurso transmitido pelo canal de televisão Al-Massirah do grupo.
Trump tinha ameaçado na segunda-feira o Hamas com “um verdadeiro inferno” em Gaza se não libertasse até sábado os reféns israelitas, conforme previsto no acordo de cessar-fogo.
O Governo israelita afirmou hoje que o acordo será mantido se o Hamas libertar três reféns vivos no sábado, como planeado, enquanto o movimento islamita disse que estava pronto para respeitar o calendário negociado.
Alegando solidariedade com os palestinianos, os huthis dispararam inúmeros mísseis e drones contra Israel desde o ataque sem precedentes do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza.
Um desses ataques matou um israelita e Israel lançou ataques de retaliação contra instalações portuárias e alvos militares dos houthis.
Desde a entrada em vigor das tréguas em Gaza, em 19 de janeiro, os rebeldes puseram termo aos ataques, bem como aos que visavam navios mercantes acusados de ligações com Israel.
Em 22 de janeiro, libertaram 25 tripulantes do navio “Galaxy Leader”, capturado há mais de um ano.
A decisão de os libertar foi tomada “em apoio ao acordo de cessar-fogo” em Gaza, segundo anunciou na altura a agência de notícias Saba, controlada pelos rebeldes.
Os huthis integram o “eixo de resistência” liderado pelo Irão contra Israel, de que fazem parte outros grupos extremistas da região, como o Hezbollah libanês, o Hamas e a Jihad Islâmica palestiniana.
Os rebeldes próximos do Irão controlam parte do Iémen, um país do sudoeste da Península da Arábia devastado por uma guerra civil iniciada em 2014.
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