"Os afegãos que estão em risco agora são os mesmos que estiveram na vanguarda do progresso da nação", disse George W. Bush num comunicado divulgado na noite de segunda-feira, no qual pediu ao presidente Joe Biden para acelerar as retiradas.
"O governo dos Estados Unidos tem a autoridade legal para reduzir a burocracia para os refugiados durante as crises humanitárias urgentes. E temos a responsabilidade e os recursos para garantir uma saída segura para eles agora, sem demoras burocráticas", afirmou.
O 43.º presidente dos EUA disse que assistiu, com a antiga primeira-dama, Laura Bush, com "profunda tristeza" ao rápido colapso do governo afegão, após o fim da missão internacional no país liderada pelos Estados Unidos, afirmando que estão "prontos" para oferecer seu "apoio e assistência neste momento de necessidade".
W. Bush liderou a invasão do Afeganistão para derrubar o regime talibã que protegia o então líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, depois dos atentados do 11 de Setembro, nos EUA. Os ataques fizeram 2.977 mortos.
O governo W. Bush foi criticado por desviar sua atenção do Afeganistão nos primeiros anos do conflito para invadir o Iraque, permitindo que a luta com os talibãs se prolongasse sem um propósito claro.
O ex-presidente alegou que o conflito afegão não foi em vão e disse que as tropas americanas eliminaram "um inimigo brutal", enquanto, ao mesmo tempo, construíam escolas e forneciam atendimento médico.
Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, ainda antes do fim do prazo estabelecido por Biden para a retirada dos últimos soldados americanos a 31 de agosto.
Agora, os Estados Unidos tentam retirar seus cidadãos e os afegãos que trabalharam para as Forças Armadas americanas.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a “vida, propriedade e honra” vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.
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