
A publicação anunciou na quinta-feira no seu 'site' que os editores retiraram o artigo e explicou que as alegações nele contidas "não parecem ser suficientemente apoiadas pelos dados" do texto.
"Dadas estas preocupações, os editores já não confiam que as conclusões apresentadas sejam fiáveis", acrescentou o Scientific Reports, referindo-se às preocupações expressas por outros autores sobre os erros "na metodologia, análise e interpretação dos dados mineralógicos e geoquímicos do artigo".
O estudo intitula-se "Uma erupção do tamanho de Tunguska destruiu Tall el-Hammam, uma cidade da Idade do Bronze Média localizada no Vale do Jordão, perto do Mar Morto".
A explosão de Tunguska refere-se à poderosa explosão registada em 1908 nos céus daquela cidade siberiana, provocada por um meteorito que devastou 2.150 quilómetros quadrados de taiga.
A Scientific Reports acrescentou que "as comparações entre o local de Tall el-Hammam e o evento de Tunguska não são suficientemente fundamentadas, como resultado de erros propagados das fontes originais, que sobrestimaram a temperatura, a velocidade do vento e o impacto da explosão atmosférica em Tunguska".
As alegações de que uma explosão de ar destruiu a cidade de Tall el-Hammam, na Idade do Bronze Médio, "não parecem ser suficientemente apoiadas pelos dados do artigo", referiu a Scientific Reports, uma publicação da Springer Nature.
O estudo original, co-assinado pelo Comet Research Group (EUA), afirmava que existe um "debate em curso sobre se Tall el-Hmman poderia ser a cidade bíblica de Sodoma", embora não tenha abordado a sua possível existência ou localização.
No entanto, discutiu "se as tradições orais sobre a destruição desta cidade urbana (Tall el-Hammam) por um objeto cósmico poderiam ser a fonte da versão escrita de Sodoma no Génesis".
A decisão de retirar o artigo surge dois anos depois de a Scientific Reports ter publicado uma nota a informar os leitores que a revista estava a rever as preocupações levantadas pelos dados e conclusões do artigo, conforme relatado na quinta-feira no seu 'site' Retraction Watch.
Este 'site', que relata e reúne casos de artigos retirados e retratados por publicações científicas, sublinhou que o artigo começou a receber críticas logo após a sua publicação, em 2021, e que, antes da retratação, os autores já o tinham corrigido duas vezes, uma em fevereiro de 2022 e outra em maio de 2023.
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