O BE escolheu o Porto para o comício de hoje da campanha eleitoral – que começou com uma atuação do cantor Jorge Palma – e, no discurso, Marisa Matias defendeu a necessidade de uma "Europa de direitos contra a irresponsabilidade e contra os irresponsáveis".
"E por falar em irresponsáveis, ontem [sexta-feira], o país teve a oportunidade de ver um deles, em direto, na Assembleia da República. O riso de Berardo, quando confrontado com a sua delinquência financeira, é o melhor retrato da elite medíocre e parasitária", criticou.
A eurodeputada do BE – que volta a ser a cabeça de lista do partido às eleições de 26 de maio – referia-se à audição de sexta-feira do empresário Joe Berardo que, na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD, afirmou que é "claro" que não tem dívidas, numa resposta à deputada bloquista Mariana Mortágua.
Para Marisa Matias, este "é também o retrato da impunidade que esta elite continua a beneficiar aqui e na União Europeia".
"Há dois países em Portugal, há o país de Berardo e há o país das trabalhadoras da Sioux. Em Portugal, um trabalhador deve mil euros ao banco, não consegue pagar e pode perder a casa; se um banqueiro deve mil milhões e não quer pagar, o que é que faz? vai rir-se para a Assembleia da República", condenou.
A primeira candidata bloquista referia-se aos trabalhadores desta empresa em Lousada, com quem se encontrou ao final da manhã de hoje, e que estão em vigília, uma vez que há uma ameaça de insolvência.
"Nós não nos enganamos de que lado estamos. Nós estamos do lado de quem defende os trabalhadores e não dos Berardos desta vida, nós estamos do lado de quem quer regular o sistema financeiro, nós estamos do lado de quem quer acabar com estes roubos", enfatizou.
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