“Não vamos reduzir o número dos nossos soldados aí, mas pelo contrário, vamos aumentá-lo”, declarou Erdogan aos jornalistas a bordo do avião no regresso de uma vista ao Azerbaijão.
Chipre, com um milhão de habitantes e cerca de um terço da superfície do Alentejo, está dividida desde a invasão da parte norte da ilha pelo exército turco em 1974.
A intervenção surgiu na sequência da tentativa fracassada de um golpe de Estado promovido por setores ultranacionalistas cipriotas gregos, coniventes com a Junta militar então no poder em Atenas, que pretendiam a união do país à Grécia.
Esta perspetiva tinha suscitado uma profunda inquietação entre minoria cipriota turca, num país independente da tutela britânica desde 1960, mas com frequentes conflitos interétnicos.
A República de Chipre, membro da União Europeia (UE) desde 2004 – e da zona euro desde 2008 – apenas controla os dois terços desta ilha do Mediterrâneo oriental, com cerca de 37% do território a norte sob domínio da autoproclamada República Turca de Chipre do Norte (RTCN), apenas reconhecida por Ancara e ocupada pelo exército turco.
Cerca de 35.000 soldados turcos estão estacionados na RTCN, e a sua presença permanece um dos principais obstáculos ao progresso das negociações sobre a reunificação da ilha.
A última ronda negocial, em julho de 2017, sob os auspícios da ONU, voltou a fracassar.
No entanto, e ao contrário de recentes informações dos media, Erdogan assegurou hoje que o seu país não prevê estabelecer uma base naval em Chipre.
“Não temos necessidade de construir aí uma base naval”, disse, sublinhado que o seu país se encontra a “alguns minutos” das costas cipriotas turcas.
O chefe de Estado da Turquia considerou que a presença de uma base turca na RTCN teria essencialmente “uma dimensão psicológica”.
“Se sentirmos essa necessidade, vamos fazê-lo”, acrescentou.
As tensões entre a Turquia, e os aliados Chipre e Grécia, concentraram-se nos últimos meses na exploração das jazidas de gás que decorrem em águas cipriotas.
Ancara tem exigido a suspensão de toda a exploração enquanto não for encontrada uma solução para a divisão de Chipre.
Em fevereiro, a marinha turca impediu um navio fretado pela companhia energética italiana Eni de alcançar o bloco número 3 para realizar prospeções. O navio foi forçado a abandonar as águas cipriotas.
A UE condenou as “ações ilegais” da Turquia ao largo de Chipre após o bloqueio do navio.
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