“Na realidade, as pessoas idosas de hoje viveram uma época de constrangimentos, opressões e discriminações durante pelo menos uma grande parte da sua vida no que à sexualidade diz respeito”, salientou Constança Paúl, dirigente do Centro de Atendimento e Serviços 050+ (CAS050+).
Em entrevista à Lusa, Constança Paúl, também investigadora no Centro de Investigação em Tecnologia e Serviços de Saúde (CINTESIS) no Porto, explicou que o projeto, iniciado em novembro de 2018, visa combater a discriminação que “tenha por base a idade, orientação sexual, identidade de género e características sexuais de adultos mais velhos”.
“Nos dias de hoje, as pessoas LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexo) ainda continuam a experienciar o estigma e a discriminação que, muitas vezes, se tornam um obstáculo significativo no acesso aos cuidados de saúde e de assistência social”, disse.
O projeto ‘Best4OlderLGBTI’, financiado pela Comissão Europeia e que conta com a colaboração de investigadores do CINTESIS e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, vai também ser desenvolvido em Itália, Irlanda, Holanda, Grécia e Roménia.
Em Portugal, o projeto dirigido pelo CAS050+, vai ser lançado no dia 28 de fevereiro, durante uma Conferência Internacional intitulada de ‘Sexualidade no Envelhecimento: Tempo para Igualdade e Inclusão’ que vai decorrer no ICBAS.
“É importante Portugal associar-se e manter-se na vanguarda de iniciativas de inclusão da diversidade”, frisou a investigadora, acrescentando que o projeto visa também tornar a comunidade em geral “mais sensível e aberta relativamente às pessoas idosas LGBTI”.
Segundo Constança Paúl, a organização prevê que durante a conferência estejam presentes cerca de 100 participantes internacionais, assim como oradores de “renome na área”.
“Vamos também conhecer diferentes projetos internacionais que constituem exemplos de boas práticas na igualdade de tratamento em contexto de saúde e de serviços públicos no combate da homofobia e transfobia”, esclareceu.
À Lusa, a investigadora adiantou que esta é a primeira de várias sessões e iniciativas que a CAS050+, o CINTESIS e o ICBAS vão desenvolver no âmbito do projeto ‘Best4OlderLGBTI’, afirmando que tem prevista a divulgação de vídeos com testemunhos pessoas e várias campanhas de sensibilização junto de profissionais de saúde, de serviços públicos, professores e jovens.
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