“Acho muito difícil. Colocaria 80% das chances de que haverá segunda volta [nas eleições do Brasil]. Se houver segunda volta, ela deve ser disputada pelo candidato Jairo Bolsonaro e Fernando Haddad”, afirmou.
Membro do Observatório Eleitoral da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o especialista apontou que as pesquisas atestam uma certa estabilidade nesta altura da campanha.
“O Bolsonaro cresceu neste últimos dias, mas a tendência é que na primeira volta o resultado fique 30% para o Bolsonaro e 20% para Haddad”, disse.
“O que está acontecendo é uma campanha muito forte nas listas de WhatsApp para que haja uma transferência de votos daqueles que escolheriam o Geraldo Alckmin, a Marina Silva ou mesmo o Ciro Gomes para o Bolsonaro”, explicou.
Sobre as hipóteses de outros candidatos quebrarem a polarização entre Bolsonaro e Haddad, o analista do observatório eleitoral da Unicamp tem muitas dúvidas.
“O campo em torno do PSDB [Partido da Social Democracia Brasileira] se deslocou do Alckmin para a candidatura do Bolsonaro, inclusive setores importantes do partido já estão fazendo campanha para o Bolsonaro”, enquanto “o lado do Ciro Gomes, percebo que ele não conseguiu se colocar com uma alternativa ao Partido dos Trabalhadores (PT)”, explicou.
A polarização entre a esquerda e a direita tem sido uma característica marcante das eleições presidenciais no Brasil, no entanto, nesta corrida os temas mais debatidos estão ligados aos costumes e não a questões tradicionais da política.
“O que vemos hoje é que a polarização que era reservada ao campo da política” e da governação, mas a divisão tem tratado temas que “estão muito presentes na vida das pessoas”, avaliou Wagner Romão.
“A candidatura do Bolsonaro acaba chamando muito, trazendo muito o debate para o campo dos costumes e da moral ou seja, para aquilo que sai do campo da disputa das ideias sobre a economia do país, desenvolvimento e um projeto mais geral para aquilo que está relacionado a vida muito intima das pessoas”, concluiu.
O Brasil realiza no domingo eleições para a presidência, para o parlamento (Câmara dos Deputados e Senado) e para representantes de governos regionais.
Se nenhum candidato superar 50% dos votos válidos haverá uma segunda volta nas presidenciais do país que está marcada para acontecer no dia 28 de outubro.
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