Segundo a agência EFE, os manifestantes, reunidos na Praça da Vitória, entoaram frases de ordem como “Sem Putin, sem medo”, “Liberdade”, “Não votes num ditador” e “Georgescu é o novo Antonescu”, numa referência ao ditador romeno aliado da Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial.
O candidato de extrema-direita vai defrontar a candidata pró-europeia Elena Lasconi na segunda e última volta, em 08 de dezembro.
“É importante defender a democracia, porque, na Roménia, sofremos décadas de ditadura”, disse à EFE Andrea, uma analista de ‘software’ de 25 anos que participou no protesto e que acredita que Georgescu manipulou os eleitores.
Calin Georgescu, de 62 anos, gerou polémica pelas suas posições críticas em relação à União Europeia e à NATO, à qual a Roménia pertence, bem como pelos seus comentários favoráveis ao Presidente russo, Vladimir Putin, e contra a ajuda militar à Ucrânia, invadida pela Rússia.
Esta semana, Georgescu tentou distanciar-se destas acusações, afirmando num vídeo que não quer que “a Roménia abandone a NATO ou a União Europeia”.
O seu historial de elogios a fascistas como Ion Antonescu e Corneliu Zelea Codreanu, responsáveis pelo Holocausto na Roménia e aliados de Hitler, que definiu como “heróis” e “mártires”, também gerou desconforto.
A inesperada vitória de Georgescu na primeira volta foi atribuída em parte à sua campanha nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde conseguiu atrair o voto dos jovens sem formação e da diáspora romena.
O Conselho Nacional de Audiovisual da Roménia pediu à Comissão Europeia que investigasse o papel do TikTok nas eleições, apontando para possíveis irregularidades e falta de transparência na promoção de conteúdos eleitorais.
O Presidente cessante, Klaus Iohannis, convocou para quinta-feira o Conselho Supremo de Defesa, para analisar possíveis ameaças cibernéticas que possam ter afetado o país dos Balcãs, com 19 milhões de habitantes.
Dois dos candidatos que concorreram na primeira volta das eleições presidenciais na Roménia contestaram o resultado perante o Tribunal Constitucional, considerando que Georgescu enganou os eleitores e não revelou as suas fontes de financiamento.
Espera-se que o Tribunal se pronuncie sobre o assunto na quinta-feira.
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