“Deus deve ceder o lugar. Temos o direito de ser crentes e de praticar a nossa religião, mas a democracia tem prioridade”, disse a chefe do Governo dinamarquês à agência de notícias dinamarquesa Ritzau e citada pela France-Presse (AFP).

Mette Frederiksen considera que existe “um controlo social muçulmano”, que conduz a uma “opressão das mulheres” nas instituições educativas na Dinamarca, devido a lacunas na legislação.

Em agosto de 2018, entrou em vigor na Dinamarca uma lei que proíbe ocultar o rosto no espaço público. Qualquer pessoa que use uma peça de roupa que cubra o rosto — como o véu integral — arrisca uma multa.

Esta lei é criticada pelo caráter discriminatório em relação a um grupo religioso, assim como pela violação da liberdade de culto e da livre escolha das mulheres.

A primeira-ministra pretende alargar esta proibição às instituições de ensino, especificou à agência Ritzau.

Mette Frederiksen deseja também eliminar as salas de oração destes locais, sem as proibir formalmente.

A chefe do Governo gostaria que os ministros da Educação e do Ensino Superior, Mattias Tesfaye e Christina Egelund, respetivamente, “expressassem claramente às universidades que não deveria haver salas de oração nas instituições”, e que juntos encontrassem uma solução, acrescentou à agência noticiosa.

“Não as queremos, porque são usadas como mecanismos de opressão contra as raparigas e, potencialmente, também contra os rapazes”, insistiu Mette Frederiksen.

Estas declarações surgem num momento em que o debate sobre esta temática está igualmente aceso em França, outro país da União Europeia: o antigo primeiro-ministro Gabriel Attal propôs, a 20 de maio, a proibição do uso do véu no espaço público para menores de 15 anos, afirmando que isso prejudica a igualdade entre homens e mulheres e a proteção das crianças.

Esta proposta foi fortemente criticada pela esquerda, mas também por parte do centro e da direita, que a consideram inaplicável ou inconstitucional.