“Poderia ter sido um momento do género do 4 de julho, ou dia da independência (dos Estados Unidos), mas infelizmente não foi o caso, porque houve uma ligeira postura de ‘eu primeiro'”, disse o francês Pascal Soriot no Fórum Económico Mundial, em Davos.
As declarações de Soriot foram feitas numa altura em que o seu grupo é questionado na Europa sobre a falta de transparência relativamente aos atrasos nas entregas da sua vacina contra a covid-19.
Soriot não deu exemplos específicos de países, embora a pandemia tenha dado origem a uma corrida mundial para obter acesso o mais rapidamente possível primeiro a equipamentos de proteção e depois a vacinas.
“É justo dizer que poderíamos e deveríamos estar globalmente mais bem preparados para esta pandemia”, acrescentou.
“O que não funcionou, a meu ver, foi a colaboração do mundo”, mesmo que evoque “bons exemplos” de ajudas entre os setores privado e o público, como o caso da vacina de AstraZeneca, desenvolvido com a Universidade de Oxford.
“Mas posso ver que as coisas estão a mudar e que uma colaboração internacional está a surgir”, disse, apelando a que sejam feitos investimentos “em prevenção, deteção e tratamento precoce” para que o sistema de saúde esteja pronto para o futuro.
A AstraZeneca admitiu, no final da semana passada, que as entregas seriam menos numerosas do que o previsto, devido a uma “queda do rendimento” de uma fábrica.
Esta declaração causou preocupação na Europa, que está a correr contra o tempo devido ao aparecimento de novas e mais perigosas variantes do coronavírus que provoca a covid-19.
A vacina AstraZeneca/Oxford tem a vantagem de ser mais barata de produzir do que as das suas concorrentes e também mais fácil de armazenar e transportar, especialmente em relação à vacina da Pfizer/BioNTech, que tem de ser armazenada a uma temperatura muito baixa (-70° C).
Comentários