Rui Pinto, criador do Football Leaks, terá espiado 72 pessoas e entidades, noticia esta quinta-feira o Correio da Manhã, citando o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa emitido a dois de junho. No lote de nomes, estão personalidades bem conhecidas do mundo do futebol e não só, de Jorge Jesus a José Miguel Júdice, passando por Bruno de Carvalho, Rui Costa Pereira, José Moura, João Medeiros, Sara Estima Martins ou Inês de Almeida Costa. Na lista de entidades, destaca-se o acesso indevido ao sistema informático da Procuradoria-Geral da República
O documento revela que os inquéritos levados a cabo revelaram provas que Rui Pinto “logrou obter o acesso não autorizado às caixas de correio eletrónico” através de “vários meios técnicos”.
No entanto, e de acordo com o Correio da Manhã, estes 72 casos são corresponderão a 72 crimes se os visados na lista expressarem o “desejo de procedimento criminal”.
Os últimos desenvolvimentos do processo:
Na terça-feira, a Relação de Lisboa negou provimento ao recurso do Ministério Público, o qual pedia que Rui Pinto fosse julgado por 147 em vez dos 90 crimes pelos quais foi pronunciado.
No acórdão, os juízes desembargadores Artur Vargues e Jorge Gonçalves, “negam provimento” ao recurso interposto pela procuradora Patrícia Barão e “confirmam” a decisão instrutória proferida em janeiro pelo Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa que pronunciou o arguido por 90 crimes e não pelos 147 que constavam da acusação do Ministério Público (MP).
Na semana passada, o TRL aceitou o pedido de escusa (afastamento) apresentado pelo juiz Paulo Registo, a quem tinha sido distribuído, em abril, por sorteio, o processo de Rui Pinto para julgamento.
A Relação de Lisboa destaca o facto de o juiz ter colocado um ‘gosto’ numa publicação nas redes sociais que se refere ao arguido como ‘Rui pirata Pinto a bisbilhotar’ e à ex-eurodeputada Ana Gomes (que tem publicamente ‘tomado partido’ pelas ações do arguido) como ‘Ana heroína Gomes a bradar aos quatro ventos’, assumindo relativamente a estas duas pessoas uma atitude “notoriamente jocosa”.
Margarida Alves é a juíza que substitui o juiz Paulo Registo enquanto presidente do coletivo de juízes que vai julgar o processo de Rui Pinto, que ainda não tem data para começar.
Além de Margarida Alves, que será a juíza presidente do julgamento, que irá decorrer no Tribunal Central Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, o coletivo de juízes é composto ainda pelas juízas Ana Paula Conceição e Helena Leitão.
Ainda está pendente no TRL um pedido de recusa (de afastamento) da juíza Helena Leitão, apresentado pela defesa de Rui Pinto, por a magistrada ser cliente num outro processo de João Medeiros, antigo advogado da sociedade PLMJ.
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