“O impacto económico da pandemia da covid-19 não será apenas decorrente do isolamento social em curso, que deverá ser limitado a umas 12 semanas, seguido de uma recuperação gradual da atividade económica, que não significa que as perdas serão compensadas quando a crise estiver ultrapassada”, alertou Selassie.
Respondendo a questões enviadas pelos jornalistas por via digital, no final da apresentação do relatório sobre as Perspetivas Económicas Regionais para a África subsaariana, Selassie vincou que “nenhum país ficará intocado” e lembrou que se noutras crises “havia quem conseguisse ficar imune, neste caso o choque é tão abrangente que nenhuma economia conseguirá não ser afetada”.
Para lidar com a pandemia “é preciso um tipo extraordinário de intervenção estatal, com mais apoio, mais investimento e despesa na saúde, que é mesmo, mesmo muito importante, e quando a crise estiver ultrapassada” é preciso “recalibrar as políticas”, alertou.
No relatório, o FMI diz que “a África subsaariana está a enfrentar uma crise económica e sanitária sem precedentes” e que “o crescimento nos países exportadores de petróleo deve cair de 1,8% em 2019 para -2,8% este ano, o que revela uma queda de 5,3 pontos percentuais face ao relatório de outubro”.
Num quadro de incerteza ainda maior que o habitual, o FMI antecipa que a África subsaariana tenha um crescimento negativo de 1,6%, o maior de que há registo e 5,2 pontos percentuais abaixo das previsões de outubro, e prevê que em 2021 o continente volte ao crescimento, vendo o PIB expandir-se, em média, 4,1%.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 874 nas últimas horas com mais de 16 mil casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.
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