Em declarações aos jornalistas na freguesia lisboeta da Ajuda, onde realizou esta manhã uma ação de pré-campanha para as eleições autárquicas de 1 de outubro, a que se candidata, Assunção Cristas frisou que “as condições meteorológicas não foram piores do que noutros anos” e “o número de ignições não foi pior, pelo contrário, foi inferior a outros anos”.
Porém, “a área ardida e a dimensão dos incêndios é muito maior”, assinalou. “Isto sugere — eu não quero ser precipitada -, mas sugere uma grande descoordenação operacional no terreno”, avaliou, adiantando que, na segunda-feira, vai deslocar-se a Abrantes e Mação, iniciativa que alargará a outras zonas afetadas por incêndios, nomeadamente Pedrógão Grande, Fundão e Covilhã.
“Por outro lado, a parte da sensibilização não parece que tenha tido a necessária ação por parte do Governo”, criticou, recordando que sugeriu ao primeiro-ministro “que fizesse uma campanha forte, para evitar comportamentos negligentes”.
Porém, o Executivo designou “apenas” uma porta-voz para a comunicação sobre os incêndios, não tendo retirado “as consequências do que se passou em Pedrógão Grande”, incêndio que causou 64 mortos e mais de 200 feridos.
As ignições de fogos, sejam negligentes, “na sua maioria”, ou intencionais, “têm uma fortíssima componente humana”, recordou.
“Quando acontece o incêndio, tem de haver uma grande eficácia no combate e na coordenação e, este ano, o que nós vemos é um falhanço imenso na coordenação operacional no combate”, sentenciou.
Entretanto, de acordo com o último balanço da Autoridade Nacional de Proteção Civil, divulgado hoje de manhã, os dois incêndios que lavraram nos últimos dias na zona de Oleiros, distrito de Castelo Branco, já estão dominados.
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