“Adotámos uma série de medidas fortes para esmagar todas as formas de provocação”, disse Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, o executivo chinês, acrescentando que as “atividades separatistas” e a “interferência de forças estrangeiras” ameaçam “seriamente” os interesses fundamentais da nação chinesa.
“No novo ano, a estratégia para resolver a questão de Taiwan será aderir ao princípio da reunificação pacífica”, explicou Ma, observando que a “estratégia de Taiwan de contar com países estrangeiros para alcançar a independência” está “condenada ao fracasso”, depois de o número de visitas à ilha de deputados e representantes políticos de vários países ter aumentado, no ano passado.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.
Nos últimos anos, as incursões de jatos da Força Aérea chinesa no espaço aéreo de Taiwan intensificaram-se e, em agosto passado, após a então presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, se deslocar a Taiwan – a visita de mais alto nível realizada pelos Estados Unidos à ilha em 25 anos – Pequim lançou exercícios militares numa escala sem precedentes, que incluíram o lançamento de mísseis e o uso de fogo real.
Ma Xiaoguang apelou à “exploração de novos caminhos para a integração” das áreas localizadas no Estreito de Taiwan e ao “apoio” dos empresários do território “a um novo modelo de desenvolvimento”, acrescentando que a maioria da opinião pública taiwanesa “quer a paz, estabilidade e desenvolvimento”.
Em 26 de dezembro, Taipé denunciou a presença de 71 aviões chineses nas proximidades da ilha.
Pequim respondeu assim à aprovação, no mês passado, pelo Congresso dos Estados Unidos, da chamada Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA), que prevê uma despesa de 858 mil milhões de dólares (798 milhões de euros) em defesa, energia e segurança nacional, incluindo ajuda militar a Taiwan.
A líder do território, Tsai Ing-wen, anunciou em dezembro que irá prolongar o serviço militar obrigatório para homens, que atualmente é de quatro meses, para um ano, a partir de 2024, “face ao avanço do autoritarismo chinês”.
A ilha é uma das maiores fontes de tensão entre China e Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar, no caso de uma guerra com Pequim.
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