“Eu quero que o CDS tenha força para influenciar a governação do país. Se tiver força e influenciar verdadeiramente a governação do país, podemos discutir se o CDS entra ou não para um governo, mas essa é uma questão posterior”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.
“Ser tiver força, se os portugueses me derem a confiança do seu voto, podem ter a certeza de que estas medidas que eu proponho vão mesmo para a frente. E se forem para a frente, se tiverem inscritas no programa de governo, então sim senhor, o CDS quer ter responsabilidades governativas”, defendeu.
Falando aos jornalistas no final de uma ação de campanha em Coimbra, acompanhado pelo cabeça de lista por aquele círculo, Jorge Almeida, o líder centrista foi taxativo: “Se o CDS não tiver a força para inscrever estas propostas no programa de Governo, então não vai para o Governo fazer nada”.
E salientou que está na política “com total desprendimento, mas com uma fidelidade profunda aos valores” em que acredita, bem como “às propostas que estão no compromisso eleitoral” com que o CDS-PP se apresenta às eleições legislativas de 30 de janeiro.
“Eu quero que os portugueses, se pensam como nós, então que votem em nós e o CDS vai para o Governo de Portugal certamente”, apelou.
Apontando que quer “que o país cresça economicamente, que diminua os índices de pobreza e que tenha oportunidades para os mais jovens”, Francisco Rodrigues dos Santos garantiu que vai “lutar para que todos os votos no CDS contribuam para implementar este programa reformista”.
Questionado se já conversou com o presidente do PSD, uma vez que Rui Rio não excluiu hoje que, num eventual Governo de centro-direita, a pasta da Defesa possa ser atribuída ao CDS-PP, o presidente centrista respondeu negativamente.
“Nós não tivemos conversas a esse respeito”, afirmou.
Depois das declarações do líder social-democrata, o presidente do CDS defendeu na ação anterior, em Leiria, que o Ministério da Defesa Nacional “ficaria muito bem entregue” ao partido, mas ressalvou que não é um objetivo seu ser ministro porque não quer “o poder pelo poder”.
Em Coimbra, Rodrigues dos Santos foi questionado também sobre os médicos de saúde pública terem recomendado horários e locais próprios de votação nas legislativas para quem está em isolamento devido à covid-19, para evitar cruzamento de pessoas, e sugerido escusa de responsabilidade civil até final de fevereiro.
“O que acontece é que estamos a excecionar, através de uma resolução de Conselho de Ministros, regras gerais para toda a população. De facto isto baralha os portugueses, retira confiança no sistema e uma vez mais demonstra que o Governo está de trapalhada em trapalhada a tenta resolver problemas que ele próprio cria, em vez de tornar o sistema verdadeiramente transparente, claro e assegurar a confiança dos portugueses nas regras que estão a ser cumpridas”, criticou.
E apontou que alertou “a tempo a horas que a melhor solução era alterar a lei eleitoral para permitir aos confinados e infetados votarem” no dia 29 e os restantes eleitores no dia 30.
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