
“Temos de estar preparados para o facto de (o Presidente dos EUA) Donald Trump já não permitir que a promessa de apoio do Tratado do Atlântico Norte seja aplicada sem restrições”, disse Merz, numa declaração na emissora pública ZDF.
Merz defendeu que os europeus teriam de fazer maiores esforços para conseguirem defender o seu próprio continente.
“Precisamos de falar uns com os outros sobre como isto pode ser feito”, explicou o líder do partido conservador CDU, referindo-se à partilha do programa nuclear, que aparece à frente em várias sondagens para as eleições gerais na Alemanha no próximo domingo.
Atualmente, a Alemanha tem um acordo com os Estados Unidos, o que significa que, em caso de guerra, os aviões alemães transportariam bombas nucleares norte-americanas para os seus alvos.
O Governo francês já se ofereceu para discutir o assunto com as autoridades alemãs, de acordo com Merz.
A França e o Reino Unido têm muito menos armas nucleares do que os Estados Unidos e a Rússia.
No ano passado, a Federação de Cientistas Americanos estimou que a França tinha cerca de 290 ogivas nucleares e o Reino Unido 225.
Estes são números de ogivas nucleares muito inferiores aos dos Estados Unidos e da Rússia, que se estimam em mais de 5.000 cada um, e metade deste é atribuído à China.
Para Merz, também é importante determinar quem tem a decisão final sobre a utilização de armas nucleares.
“O facto de a Europa precisar de se tornar mais independente nuclearmente dos EUA é uma questão que tem vindo a ser debatida há algum tempo entre os especialistas em política externa e de segurança”, disse Merz.
Na quinta-feira, Merz já tinha dito que os EUA podem entrar numa fase prolongada de instabilidade e que o seu sistema político está a ganhar tiques autoritários.
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