Mais de 100.000 pessoas participaram no domingo à tarde no centro de Minsk no terceiro fim de semana consecutivo de manifestações de oposição a Lukashenko, no poder há 26 anos, cuja reeleição, em 09 de agosto, é contestada por ser considerada como fraudulenta.
Citado pela agência de notícias estatal Belta, Lukashenko disse hoje que "especialistas", incluindo juízes do Tribunal Supremo, estão a trabalhar numa revisão da lei fundamental que será depois sujeita a referendo.
"Gostaria que essas alterações fizessem avançar a nossa sociedade. Insistiremos nessas alterações e proporemos essas alterações ao nosso povo", disse Lukashenko numa reunião de trabalho.
O Presidente não adiantou pormenores concretos sobre o projeto de revisão constitucional, que já tinha referido no passado e que a Rússia tinha considerado uma pista promissora para sair da crise.
Após reunir-se com o presidente do Tribunal Supremo, Lukashenko admitiu que o sistema existente na Bielorrússia é "um pouco autoritário" e, embora defendendo o modelo presidencialista, mostrou-se disposto a ceder autoridade a outros poderes do Estado.
Alexander Lukashenko, de 66 anos, dos quais 26 no poder na Bielorrússia, enfrenta um movimento de contestação inédito.
A crise foi desencadeada após as eleições de 09 de agosto, que segundo os resultados oficiais reconduziu o Presidente Lukashenko para um sexto mandato, com 80% dos votos.
A oposição denuncia a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos saíram às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko.
Os protestos têm sido reprimidos pelas forças de segurança, com milhares de pessoas detidas e centenas de feridos.
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