Antes da chegada de Passos Coelho ao recinto, dezenas de militantes e apoiantes do PSD envergavam t-shirts cor de laranja, a tradicional cor do partido, enquanto outras dezenas vestiam t-shirts azuis, com a cara estampada do candidato independente Narciso Mota, antigo presidente de Câmara pelos sociais-democratas.
No entanto, poucos minutos antes da entrada do líder do PSD no recinto, esses apoiantes do candidato independente entraram na feira e não se voltaram a cruzar com Pedro Passos Coelho, que visitou o recinto durante hora e meia, até ao final, na sala onde decorre o jantar.
À entrada da comitiva do PSD na sala de jantar, os apoiantes de Narciso Mota gritaram frases de apoio como "1,2,3, Narciso outra vez" ou "Narciso amigo, o povo está contigo". Os militantes e apoiantes sociais-democratas ainda ensaiaram gritos de resposta "PSD, PSD", mas o ?staff' do partido pediu para que parassem.
Em declarações aos jornalistas, Narciso Mota, que foi presidente da Câmara pelo PSD durante 20 anos (em 2013 atingiu o limite de mandatos e não se pôde recandidatar), explicou que se recandidatou em resposta a um desafio do atual presidente da autarquia, Diogo Mateus, que foi seu vereador durante 16 anos e desdramatizou a tensão que se sentiu hoje na feira.
"Não há luta nenhuma, Pombal é um povo ordeiro, pacífico, hospitaleiro, um povo cordial", disse, defendendo que se "a democracia participada não se pode fazer sem partidos" também não se pode fazer sem os movimentos de cidadãos independentes.
Narciso Mota justificou ter vindo à inauguração desta feira de artesanato a convite de uma candidata independente da freguesia de Vila Cã e manifestou a intenção de, no final do jantar, cumprimentar Pedro Passos Coelho, que garante "continuar a respeitar" como seu antigo presidente.
No entanto, Narciso Mota e os seus apoiantes abandonaram o recinto sem esse prometido cumprimento ao presidente do PSD.
Antes destes momentos algo tensos, a visita de Passos Coelho à feira tinha decorrido num ambiente animado e descontraído, com o presidente social-democrata a parar em praticamente todos os 'stands' para cumprimentar os feirantes - alguns dos quais já conhecia de outros certames - e, em alguns deles, a conversar demoradamente.
Foi o caso de uma banca de trevos de quatro folhas naturais, onde a vendedora lhe ofereceu uma destas plantas que supostamente dão sorte: "A sorte dá trabalho", respondeu Passos Coelho, admitindo, contudo, que já "Napoleão dizia que generais com azar não os queria".
Visivelmente bem-disposto, Passos Coelho provou licor de tangerina, vinho da Madeira, cerveja artesanal e ginjinha, tirou várias fotos com crianças e outros visitantes que lhe foram pedindo e convenceu até um emigrante na Suíça a, quando voltar a Portugal, vir ter com ele, já que "tinham as mesmas ideias" políticas.
Além do presidente da Câmara e recandidato Diogo Mateus, Passos Coelho esteve sempre acompanhado na demorada visita pela vice-presidente do PSD e deputada por Leiria Teresa Morais e do também deputado pelo distrito Pedro Pimpão.
Concorrem à liderança da Câmara de Pombal, o atual presidente do município, Diogo Mateus, pelo PSD, o ex-presidente da autarquia Narciso Mota com uma candidatura independente, o vereador Jorge Claro pelo PS, o economista Amílcar Malho também com uma candidatura independente, o empresário Fernando Domingues pela CDU, o economista Gonçalo Pessa pelo BE, o presidente da Concelhia do CDS-PP, Sidónio Santos, e Pascoal Duarte Oliveira pelo MPT - Partido da Terra.
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