A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) precisou que o número de pessoas que necessitam de assistência humanitária na Somália, Etiópia, Quénia, Tanzânia e Uganda já atinge os 16 milhões, mais 30% do que em finais de 2016.
Numa nota informativa de alerta, a agência da ONU avisou que a terceira temporada consecutiva de escassez de chuvas está a deixar as famílias daquela região sem recursos para lidar com tal cenário e por isso precisam de um apoio “urgente e eficaz”.
Várias áreas dos cinco países referenciados pela FAO estão a registar menos de metade dos níveis normais da precipitação sazonal e as famílias estão a perder culturas e pastos.
A par das pessoas, a ONU alertou que milhares de animais também estão a sofrer.
Na Somália, quase metade da população total sofre de graves carências alimentares e tem sido a ajuda humanitária que tem evitado a propagação do flagelo da fome no país, segundo a FAO, que estima que as condições na região vão piorar nos próximos meses com o início da estação seca.
No território somali, mas também no Quénia, a alimentação dos pastores — uma das mais importantes funções numa economia rural — está atualmente ameaçada por causa da elevada taxa de mortalidade do gado e a baixa produção de leite.
O preço dos animais que sobrevivem a estas condições adversas tem vindo a cair, devido à má condição física dos próprios animais. Já os cereais estão a ser comercializados fortemente inflacionados, o que também está a dificultar o acesso aos géneros alimentares.
A FAO assinalou ainda a ocorrência de pragas, nomeadamente da lagarta que se espalhou pela África Oriental provocando grandes danos nas culturas agrícolas daquela região do continente africano.
A agência da ONU estima que em 2017 a fome vai aumentar em todo o mundo, especialmente devido ao impacto da seca e dos conflitos, alertando que cerca de 30 milhões de pessoas estão à beira de sofrer de fome em países como o Sudão do Sul, Somália, Nigéria e Iémen.
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